Antes mesmo do primeiro turno das eleições 2018, a campanha do PT para a Presidência da República pagou quase R$ 8 milhões para empresas próximas do partido que possuem alguma conexão com a Operação Lava Jato. As informações foram publicadas na edição desta quinta-feira (4) no jornal Folha de S.Paulo .
Leia também: MPF denuncia agressor de Bolsonaro por crime contra a segurança nacional
Segundo o jornal, as despesas da campanha do PT estão registradas tanto em contas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura indeferida, quanto do seu substituto, Fernando Haddad.
Ao todo, a campanha de Lula gastou R$ 4,9 milhões apenas na locação de equipamento para gravação de programas eleitorais. Esse dinheiro foi pago à Rentalcine, empresa que tem como sócios um réu na Lava Jato e um delator relacionado à Odebrecht no Peru.
Na sequência, a equipe de Fernando Haddad gastou mais R$ 2,1 milhões com a mesma empresa, totalizando R$ 7 milhões.
Além disso, a campanha petista gastou mais R$ 741 mil na compra de panfletos da gráfica Braspor. Essa empresa também apareceu na Lava Jato, sob a acusação de ter repassado dinheiro para uma empresa fantasma do ex-deputado federal André Vargas.
Leia também: Três em cada quatro eleitores temem ser influenciados por fake news
O ex-deputado, que estava no PT na época, foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, com pena de quase 14 anos.
Indagados pela reportagem da Folha , o sócio da Rentalcine , Giovane Favieri, disse que é inocente da acusação que responde na Lava Jato e afirmou que os pagamentos da campanha deste ano estão dentro da lei.
“Estamos locando toda estrutura física e de equipamentos para a produção de TV, rádio e internet, para a campanha presidencial do PT . Praticando preços de mercado”, afirmou Favieri, sobre os serviços prestados.
Por sua vez, o dono da Braspor, Paulo André dos Santos Gomes, disse que presta serviços para uma série de partidos, não só para o PT. E afirmou ainda que não houve irregularidades no caso ligado a André Vargas.
Leia também: Às vésperas da eleição 2018, líderes têm mais rejeição que intenções de voto
A empresa afirma que os repasses eram relativos a bônus devidos e feitos a pedido da agência. Além disso, garantiu que nenhum inquérito contra ela chegou a ser aberto. A campanha do PT não se pronunciou sobre os gastos.