Agressor de Bolsonaro agiu sozinho e por motivação política, conclui PF

Polícia encerrou um dos inquéritos e indiciou Adélio Bispo por prática de atentado pessoal; uma segunda investigação continua em andamento

conclusão do primeiro inquérito é de que Adelio Bispo de Oliveira agiu sozinho no momento do ataque
Foto: Reprodução
conclusão do primeiro inquérito é de que Adelio Bispo de Oliveira agiu sozinho no momento do ataque

O delegado da Polícia Federal Rodrigo Morais, que preside o inquérito que investiga o atentado contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que a polícia concluiu a investigação e apontou que o autor do ataque, Adelio Bispo de Oliveira , foi motivado por "inconformismo político".

"Ficou claro que o motivo realmente era o inconformismo politico do senhor Adelio Bispo em razão de discordar de algumas opiniões políticas e de alguns discursos políticos que o candidato [Jair Bolsonaro] então defendia", disse Morais em entrevista coletiva na sede da PF, em Brasília.

A conclusão do primeiro inquérito é de que Adelio agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”. Um  segundo inquérito foi aberto para dar continuidade às apurações.

De acordo com o inquérito, foram verificados mais de 250 gigabytes de informações em mídias, incluindo dados de celulares e do notebook do suspeito, assim como cerca de 600 documentos.

Segundo a TV Globo, que teve acesso à íntegra do documento, a polícia federal ainda teve acesso a mais de 6 mil mensagens instantâneas e 1.060 e-mails, que seguirão sendo analisados no segundo inquérito. Outros seis e-mails e três telefones usados por Adelio devem ser alvo das investigações.

A Polícia Federal concluiu ainda que “houve uma decisão prévia, reflexiva e arquitetada” por parte de Adelio para “atentar contra a vida do candidato”.

Segundo o inquérito, o agressor fotografou locais em que Bolsonaro estaria em Juiz de Fora, como a Câmara Municipal, e também um outdoor que anunciava a presença de Bolsonaro na cidade.

Em outras fotos encontradas no celular de Adelio, “restou evidenciado que esteve acompanhando o presidenciável Jair Messias Bolsonaro durante todo o dia, tendo tido, inclusive, acesso a ao hotel em que estava programado um almoço com empresários”.

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Já no computador, a PF encontrou “arquivos relacionados a contatos de pessoas, partidos e organizações afinadas com a ideologia de esquerda”.

De acordo com a polícia, a pena para o crime pelo qual Adelio Bispo de Oliveira foi indiciado é de três a dez anos de prisão e, em caso de lesão corporal grave, pode ser aumentada até o dobro.