Temos 22 anos de urnas eletrônicas sem fraude comprovada, diz Rosa Weber

Presidente do TSE rebateu a críticas feitas por Bolsonaro no último domingo sobre a ausência do voto impresso; ministra afirmou que sistema é confiável

Presidente do TSE, ministra Rosa Weber rebateu as criticas de Jair Bolsonaro sobre a urna eletrônica
Foto: Divulgação/TSE
Presidente do TSE, ministra Rosa Weber rebateu as criticas de Jair Bolsonaro sobre a urna eletrônica

A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rebateu nesta terça-feira (18) às criticas do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, sobre a urna eletrônica. A ministra afirmou que as urnas são “absolutamente confiáveis” e desde a sua implantação, em 1996, até hoje não foi comprovado nenhum caso de fraude.

No último domingo (16), durante uma transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro disse que as eleições de outubro  podem resultar em uma “fraude” por causa da ausência do voto impresso, levantando suspeitas sobre a urna eletrônica .

“A grande preocupação realmente não é perder no voto, é perder na fraude. Então essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez até no primeiro, é concreta”, declarou Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno, mas que corre risco de derrota em cenários de segundo turno.

Durante uma breve entrevista aos jornalistas, Rosa Weber lembrou que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas no País nas eleições municipais em 1996. Para a ministra, é importante frisar que os equipamentos são auditáveis.

 “Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade”, frisou.

“Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis. Eu tenho muita tranquilidade, e nosso corpo de servidores trabalha com dedicação. Nós abrimos para possibilidade de auditagem de maneira geral. Estamos procurando através da Ascom (assessoria de comunicação) fazer um movimento de relembrar esses dados todos, explicar para população. O mais importante é dizer para população que são auditáveis”, completou Rosa.

Nas últimas eleições presidenciais, em 2014, o PSDB pediu uma auditoria , depois de o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ser derrotado por uma pequena margem de votos para a então candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A presidente do TSE ressaltou o episódio.

 “Nas últimas eleições presidenciais houve uma desconfiança, o partido que no caso não saiu vencedor, expressou, requereu e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis”, afirmou Rosa.

A fala de Bolsonaro sobre as urnas também foi rebatida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. O ministro afirmou que as  urnas eletrônicas são seguras e que o resultado apurado por elas é confiável. "Digo apenas e tão somente que ele [Bolsonaro] sempre foi eleito através da urna eletrônica", afirmou o presidente do Supremo.

Em 22 de agosto deste ano, antes das declarações de Bolsonaro, o TSE lançou uma campanha sobre a segurança do sistema eletrônico de votação.

“30 camadas de segurança são iguais a zero chance de fraude. A urna eletrônica traz agilidade e integridade para as eleições há mais de 20 anos. Ela tem mais de 30 camadas de segurança, não está ligada à internet e garante o sigilo das suas escolhas como eleitor”, diz a campanha do TSE, que será reforçada nas redes sociais nas próximas semanas.