Ciro Gomes critica Mourão e diz que sai da política se Bolsonaro vencer

Ciro Gomes (PDT) condenou, ainda, questionamento do general do Exérctio, Eduardo Villas Bôas, sobre legitimidade do próximo governo

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República
Foto: Reprodução
Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República

Gradualmente, Ciro Gomes, candidato à presidência da República pelo PDT, vai subindo o tom de seu discurso. O ex-governador cearense, que já havia taxado Bolsonaro de “projeto de hitlerzinho tropical”, disse, em sabatina realizada pelo jornal O Globo nesta quarta (12), que, em caso de vitória do capitão reformado, irá se retirar da atividade política.

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"(Se Bolsonaro ganhar) Eu vou desejar boa sorte a ele, cumprimentá-lo pelo privilégio e depois eu vou chorar com a minha mãe. Eu saio da política. A minha razão de estar na política é amor, paixão, confiança. Se nosso povo por maioria não corresponder, vou chorar”, declarou Ciro Gomes.

O candidato desferiu críticas também ao candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general reformado do Exército Hamilton Mourão. Para o pedetista, Mourão não passa de um “jumento de carga”.

"O general Mourão é um jumento de carga, que tem entrada no Exército. Quem manda nesse País é nosso povo. Tutela, sargentão dizendo que vai fazer isso e aquilo, comigo não acontecerá. Sob a ordem da Constituição, eu mando e eles obedecem. Quero as Força Armadas poderosas, modernas, altivas. Não quero envolvidas no enfrentamento do narcotráfico, isso é papo de americano", afirmou.

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O ex-ministro de Lula aproveitou a sabatina para avaliar, ainda, a recente declaração do general do Exército, Eduardo Villas Bôas. O general disse que o próximo governante poderá ter sua “legitimidade contestada” em decorrência do ataque à Jair Bolsonaro.

"No meu governo, militar não fala em política. Se fosse no meu governo, ele estaria demitido e provavelmente pagaria uma cana. Eu conheço bem o general Villas Bôas. Ele está fazendo isso para tentar calar as vozes das cadelas no cio que estão se animando, o lado fascista da sociedade brasileira", garantiu.

Por fim, o candidato comentou também a possibilidade de se aliar à Fernando Haddad em um possível segundo turno contra Bolsonaro. O pedetista afirmou que não é “inimigo” do PT ou de Haddad, mas sim do “projeto Temer/PSDB”.

"Meu inimigo é o projeto Temer, que é replicado pelo PSDB e pelo Bolsonaro, um projeto antipobre. Meu problema com o PT é o risco com que tem exposto o País de dançar à beira do abismo", concluiu Ciro .

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