A equipe jurídica da igreja Testemunhas de Jeová está avaliando a possibilidade de processar o advogado Zanone Oliveira Júnior, um dos integrantes do corpo de defesa de Adelio Bispo de Oliveira, autor do ataque a faca contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Zanone afirmou nesse domingo (9) que foi contratado por uma pessoa que conhece Adelio Bispo por meio de práticas religiosas, e sugeriu haver elo com a Testemunhas de Jeová . A igreja chegou a divulgar nota também nesse fim de semana refutando a informação. "A declaração do advogado de que foi contratado por Testemunha de Jeová, conforme veiculada pela mídia, não é verídica", disse a instituição, em nota.
Segundo reportado nesta segunda-feira (10) pelo jornal O Estado de São Paulo , os advogados da igreja têm tentado contato por telefone com Zanone Oliveira, mas até o momento não obtiveram sucesso. Diante dessa falta de respostas, o departamento jurídico da entidade estuda processar o advogado na Justiça por ajudar, por meio de suas declarações, a estigmatizar ainda mais a imagem da igreja. "Abominamos o que o agressor fez", disse a assessoria de imprensa da igreja ao Estadão .
Ainda nesse fim de semana, Zanone informou que a pessoa que o contratou mora em Montes Claros (MG), cidade onde morava Adelio Bispo, e que prefere manter sua identidade em sigilo. Outros três advogados integram a defesa do agressor de Bolsonaro.
"Lamentamos o episódio", diz representante da igreja Testemunhas de Jeová
Autor do ataque a faca ocorrido na última quinta-feira (6) durante comício de Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), Adelio Bispo de Oliveira , de 40 anos de idade, está preso em isolamento em presídio federal em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele foi indiciado por "atentado pessoal por inconformismo político" , com base do artigo 20 da Lei de Segurança Nacional.
Bolsonaro passou por cirurgia na Santa Casa de Juiz de Fora horas após sofrer o ataque e foi internado para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, já na manhã seguinte. De acordo com o último boletim médico divulgado pelo hospital, o candidato permanece em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) e precisará ser submetido a uma nova cirurgia.
Ao jornal O Globo , um representante da igreja Testemunhas de Jeová , Aílton Pereira, assegurou que o agressor não é adepto da religião. "Nós somos um povo pacato, que prega o amor ao próximo, pessoas neutras em assuntos políticos. Lamentamos o episódio, um atentado contra a vida de alguém. A gente queria apenas uma conciliação", declarou.