
O escritório da ONU para os direitos humanos na América do Sul (Acnudh) condenou nesta sexta-feira (7) o ataque contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, ocorrido ontem durante comício em Juiz de Fora (MG).
Em nota, a chefe do órgão da ONU , Birgit Gerstenberg, cobrou "pronta investigação e punição dos responsáveis" pelo atentado ao candidato e manifestou preocupação com o "crescimento das tensões" e casos de ameaças contra candidatos concorrendo nas eleições brasileiras.
“Confiamos nas autoridades brasileiras para uma pronta investigação e punição dos responsáveis ”, comentou a representante regional para América do Sul do Acnudh. “O processo eleitoral precisa garantir o direito à participação nos assuntos públicos, incluindo o direito à vida e à integridade física, bem como às liberdades de expressão, reunião e associação”, finalizou.
Bolsonaro e a ONU

Há menos de um mês, Bolsonaro chegou a prometer tirar o Brasil da Organização das Nações Unidas caso seja eleito por considerar que o órgão "não serve para nada" e é apenas um "local para reunião de comunistas", estando "sempre ao lado de tudo que não presta". Após repercussão negativa, no entanto, o ex-capitão do Exército disse que cometeu um "ato falho" e que, na verdade, referia-se ao comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.
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Esse comitê é composto por 18 especialistas independentes e, em agosto, expediu liminar cobrando do Brasil medidas que assegurem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.
Jair Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen na tarde dessa quinta-feira (6) e precisou passar por cirurgia na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. O político foi transferido nesta manhã para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. De acordo com o último boletim médico, divulgado às 14h30, o candidato "encontra-se consciente e em boas condições clínicas".
No fim do mês passado, o então alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, jordaniano Zeid Al Hussein, afirmou que o discurso de Bolsonaro representa "um perigo" para parte da população no curto prazo e "para o país todo" no longo prazo. “O perigo é que isso venha às custas de um certo grupo no curto prazo e, no longo prazo, de todo o País”, declarou Al Hussein ao Estadão no último dia 29 de agosto.
Ataque a Bolsonaro