Michel Temer disse, nesta quinta-feira (30), que os índices de combate à criminalidade da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro são "extraordinários" e que está "satisfeitíssimo" de ter decretado a medida.
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A parte o contentamento de Temer , contudo, de acordo o Instituto de Segurança Pública (ISP), que consolida dados da segurança no estado, o número de mortes provocadas pela polícia aumentou 38% nos primeiros cinco meses da intervenção no RJ.
Foram, ao todo, 636 mortos pela polícia entre março e julho deste ano. No mesmo período de 2017, 460 pessoas morreram em decorrência da intervenção policial. Somente no mês de julho, foram 129 mortos, uma média de quatro por dia. A intervenção no RJ foi decretada em 16 de fevereiro, e tem previsão de terminar em 31 de dezembro.
O emedebista deu a declaração após participar de uma reunião no Comando Militar do Leste, em que foi apresentado um balanço dos seis meses de intervenção federal no Rio de Janeiro.
Michel afirmou que os primeiros meses da intervenção foram de estruturação, e que os resultados começaram a surgir nos meses seguintes. "E eu sei que, de vez em quando, se diz que o apoio à intervenção federal caiu de 74 para 66 [por cento], e eu mesmo me indago: qual é o setor da atividade pública que tem 66% de aprovação da população? Quando ultrapassa a margem de 50%, é extremamente favorável".
O mandatário destacou que a intervenção é federal, e não militar, e afirmou que a integração das Forças Armadas com órgãos estaduais de segurança pública tem sido extraordinária.
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"Nós estamos satisfeitíssimos com o fato de termos decretado essa intervenção. E ressaltei que muitas e muitas vezes o exemplo do Rio de Janeiro tem sido invocado por outros governos, que também vão à minha sala pedir uma intervenção federal nessa área".
O governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Marcelo Crivella acompanharam o balanço, que foi exposto pelo interventor Walter Braga Netto.
O gabinete de intervenção informou que, desde fevereiro, 35 pessoas morreram em decorrência de operações que tiveram a participação das Forças Armadas, sendo três militares do Exército. Os dados não levam em consideração as mortes em decorrência da atuação policial . A apreensão de armas chegou a 152 unidades, sendo 86 pistolas, 37 granadas e 29 fuzis.
Após o decreto de Temer , ainda, foram detidas 518 pessoas, sendo 56 menores apreendidos. Quase 92 mil militares participaram das operações.
* Com informações da Agência Brasil
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