O candidato a vice de Lula, Fernando Haddad (PT), disse ver muitas semelhanças entre as propostas do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) e o plano de governo do atual presidente, Michel Temer (MDB).
Em entrevista concedida ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes , Fernando Haddad declarou que essa proximidade entre o jeito de governar de Alckmin e Temer é uma "bola de ferro no pé" do tucano, capaz de afundar sua candidatura.
A análise do petista representa um sinal amarelo para Alckmin, uma vez que Temer tem baixíssima popularidade (o emedebista é avaliado negativamente por 78,3% da população, conforme pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira ).
Na semana passada, a equipe de campanha de Alckmin já precisou se movimentar para proteger a imagem do tucano após Temer sugerir, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo , que seu governo é identificado com o ex-governador de São Paulo. "Quem o governo apoia?”. Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele. Vou ter cautela para não fazer campanha para um ou outro", disse o presidente na ocasião.
No Canal Livre, Haddad também citou como uma das maiores "dificuldades" para Alckmin a "existência" de Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência. O ex-ministro avalia que o tucano e o ex-capitão do Exército disputam o mesmo perfil do eleitorado.
É por essa análise que o atual vice da chapa PT-PCdoB – a jornalista Manuela D'Ávila assumirá essa condição futuramente – diz considerar "impossível" que haja uma disputa no segundo turno entre Bolsonaro e Alckmin. Questionado mais uma vez se apoiaria o tucano nesse cenário, Haddad disse acreditar que apenas um dos dois estará na etapa final das eleições.
O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo já havia dito, no início da semana passada, que via como um "pesadelo" a possibilidade de ter que escolher entre Bolsonaro e Alckmin. Mas, naquela oportunidade, ele não se furtou a ressaltar qualidades éticas do tucano.
Fernando Haddad diz que Lula está animado com liminar da ONU
Haddad e a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, visitaram o ex-presidente Lula na superintendência da Polícia Federal em Curitiba nesta segunda-feira. O candidato à vice-presidência disse após o encontro que Lula está "muito animado" por conta da liminar concedida pelo comitê de Direitos Humanos da ONU, que recomendou ao Brasil liberar a candidatura do ex-presidente.
“O presidente está muito animado com essa decisão e considera muito importante a participação da ONU em nossos assuntos internos, com a concordância do Brasil, que internalizou a convenção que torna a ONU autoridade no âmbito nacional”, disse Fernando Haddad . “Nossa ofensiva internacional vai aumentar a partir disso, não só com organismos internacionais, mas também com autoridades internacionais”, completou.