MBL faz nova investida no TSE para tentar barrar a candidatura de Lula

Grupo diz que confirmação do ex-presidente como candidato muda cenário de algumas semanas atrás, quando Rosa Weber rechaçar primeiro recurso

Ação do MBL na Justiça Eleitoral visa barrar candidatura de Lula, que está preso desde abril
Foto: Lula Marques/Agência PT
Ação do MBL na Justiça Eleitoral visa barrar candidatura de Lula, que está preso desde abril

O Movimento Brasil Livre (MBL) levou novo recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, seja candidato nas eleições de outubro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo .

O grupo já havia recorrido contra Lula  na Justiça Eleitoral no mês passado. Mas, naquela ocasião, a vice-presidente do TSE, ministra Rosa Weber, não reconheceu o recurso do MBL pois considerou não haver legitimidade no pedido de barrar uma candidatura uma vez que nem mesmo haviam sido realizadas as convenções partidárias. 

Agora, o grupo que ganhou destaque nacional durante as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) alega que o cenário é outro, já que o Partido dos Trabalhadores confirmou em sua convenção nacional que fará de Lula seu candidato à Presidência.

Os advogados que representam o movimento social nessa ação pretendem que o TSE não permita que o  ex-presidente, preso desde abril por conta de condenação na Lava Jato, registre sua candidatura. O recurso será analisado pelo ministro Admar Gonzaga, que já está a cargo de outros três processos sobre Lula.

Lula é "evidentemente inelegível", diz recurso do MBL

Foto: Divulgação/TSE
Recurso do MBL no TSE será analisado pelo ministro Admar Gonzaga

O prazo para o PT efetuar o registro da chapa com seu candidato à Presidência vai até a quarta-feira da semana que vem (15). Após esse rito, o TSE terá até o dia 17 de setembro para analisar se a candidatura é ou não é legítima. Até que isso ocorra, os aliados do ex-presidente entendem que o código eleitoral garante a Lula os mesmos direitos que os dos demais candidatos, o que inclui a participação em debates na televisão e no rádio.

A chapa de Lula, conforme definiu o PT em acordo com o PCdoB, é formada neste momento pelo ex-presidente e pelo ex-prefeito Fernando Haddad, que está escalado como candidato a vice-presidente para ser o "porta-voz" de Lula enquanto este não participa pessoalmente da própria campanha. Quando e se isso ocorrer, no entanto,  quem assumirá a condição de vice na chapa de Lula é a jornalista Manuela D'Ávila.

Na ótica dos autores do recurso apresentado pelo MBL à Justiça Eleitoral, o ex-presidente deve ser antecipadamente proibido de praticar atos de campanha, “uma vez que é evidentemente inelegível”.