Os mineiros não contarão, nas eleições de 2018, com uma reedição do confronto Dilma Rousseff (PT) versus Aécio Neves (PSDB). Isso porque o tucano, encurralado pelas delações da JBS, desistiu de tentar a reeleição ao Senado, casa para a qual Dilma será a candidata petista, preferindo tentar uma vaga na Câmara dos Deputados.
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Aécio Neves , que cumpre em 2018 o último ano de seu mandato no Senado, vinha sofrendo pressão do PSDB para abandonar o projeto de tentar a reeleição. Dirigentes do partido consideram que seria tóxico para Antônio Anastasia, candidato tucano ao governo de Minas Gerais, a superexposição de Aécio na campanha.
A tendência agora é que, como candidato à Câmara dos Deputados, Aécio ‘desapareça’ dos palanques, cartazes e dos programas eleitorais televisivos do partido em Minas Gerais.
O entendimento do PSDB é que quanto menos Aécio aparecer na campanha, mais favorecido será Antônio Anastasia , seu ungido político que o sucedeu no governo do estado em 2010 e que vem sendo bem cotado em pesquisas eleitorais.
Além disso, a possibilidade de Aécio ser derrotado na corrida senatorial não era baixa. Embora as eleições deste ano contem com duas vagas no Senado para cada estado, o tucano teria de concorrer contra a ex-presidenta Dilma Rousseff , adversária política que o venceu em Minas Gerais em 2014. Ainda, há a possibilidade de Márcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte, disputar o pleito.
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O PSDB de Minas, assim, deverá abrir mão de lançar candidato para apoiar Rodrigo Pacheco (DEM) ao Senado. Em troca, Pacheco, que se candidataria ao governo do Estado, abandonaria o projeto, favorecendo Anastasia.
Alcançando o segundo lugar na disputa presidencial de 2014, com aproximadamente 50 milhões de votos, e após ter sido um dos principais apoiadores do impeachment de Dilma, a carreira política de Aécio sofreu uma brusca decadência a partir de 2017, quando o tucano foi flagrado, em gravação telefônica, pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, principal sócio da JBS.
À época, a irmã do tucano, Andrea Neves, chegou a ser presa, tendo a prisão rapidamente revogada, entretanto. O próprio Aécio Neves teve a liberdade restrita, sendo obrigado a recolher-se em sua casa no período noturno. Aos seus correligionários e eleitores, o líder tucano explicou que o pedido à Joesley tratava-se de um “empréstimo” para custear suas despesas junto a advogados.
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