Entre os 409 mil ‘seguidores’ no Twitter com que conta o senador Álvaro Dias, pré-candidato à presidência da República pelo Podemos, mais de 60% são robôs programados para interagir automaticamente com a página.
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A constatação é fruto de uma análise realizada pelo instituto InternetLab, que, com o auxílio de uma ferramenta desenvolvida na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, avalia o comportamento de páginas na internet. Divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo , o estudo encontrou indícios de que a página pessoal de Álvaro Dias possa ter lançado mão de meios ilícitos para aumentar seu número de seguidores.
O instituto avalia dados como número, padrão e horário de postagens, bem com o ingresso de novos seguidores. A conclusão é de que as páginas dos presidenciáveis contam com, em média, 37% de seguidores ‘fakes’ ou ‘boots’ – termos que na internet designam robôs ou perfis falsos.
Em si, este fato não significa prática ilegal por parte dos candidatos. Perfis falsos e robôs tendem a se aglutinar em torno de figuras públicas conhecidas, o que, em parte, explica o alto número de não-humanos seguindo políticos de renome.
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À exceção do pré-candidato do Podemos, outra página que contou com grande número de robôs entre seus seguidores foi a de Geraldo Alckmin (PSDB) , ex-governador de São Paulo.
Lei eleitoral vs Álvaro Dias
No caso de Álvaro Dias, no entanto, o instituto afirma haver indícios de que a equipe do senador utilizou ferramentas ilegais para ‘inflar’ sua página nas redes. Isso porque o seu número de seguidores subiu em diversas faixas etárias e de renda em períodos específicos, o que aponta para o uso de artificialidades tecnológicas.
A prática é proibida pela lei eleitoral em vigência. A equipe de Álvaro Dias , pré-candidato que alcança 3% das intenções de votos nas pesquisas mais recentes, afirmou que desconhece a informação e negou que tenha atuado fora dos limites da lei para aumentar a popularidade online do presidenciável.
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