Dias Toffoli arquiva inquérito contra o deputado tucano Bruno Araújo

Ex-ministro das Cidades era acusado pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro; PGR queria mais 60 dias para investigação

Inquérito contra Bruno Araújo foi aberto em 2017 para apurar citações ao nome do deputado na delação da Obebrecht
Foto: Agência Brasil
Inquérito contra Bruno Araújo foi aberto em 2017 para apurar citações ao nome do deputado na delação da Obebrecht

O inquérito que investigava o deputado federal e  ex-ministro das Cidades Bruno Araújo (PSDB-PE) foi arquivado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. Araújo era acusado pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. A decisão do ministro foi assinada na sexta-feira (29) e divulgada nesta segunda-feira. 

O inquérito contra o ex-ministro tucano foi aberto em 2017 para apurar citações ao nome do parlamentar nos depoimentos de delação premiada de ex-diretores da empreiteira Obebrecht. Nos depoimentos colhido no âmbito da Operação Lava Jato, os delatores afirmaram que repassaram R$ 600 mil para as campanhas eleitorais de Bruno Araújo em 2010 e 2012. O dinheiro não teria sido contabilizado pela Justiça Eleitoral, o que configuraria caixa 2.

A decisão de Toffoli foi motivada por um pedido de arquivamento feito pela defesa do deputado federal. Para o ministro do STF, até o momento, não há indícios suficientes de provas para manter o andamento da investigação. 

Na petição que chegou ao Supremo, os advogados do parlamentar alegaram que a investigação não encontrou "qualquer indício de prática delitiva em desfavor" do deputado. 

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"Nenhum dos colaboradores ouvidos, nem nos seus depoimentos prestados junto à PGR [Procuradoria-Geral da República] no momento de homologação de seus acordos de colaboração premiada, nem tampouco na ocasião de renovação de suas oitivas perante o DPF [Polícia Federal], tampouco as demais testemunhas ouvidas, e o resultado de outras diligências investigativas complementares, trouxeram elementos que pudessem justificar a manutenção desse inquérito, o qual deverá ser prontamente arquivado", sustentou a defesa. 

Apesar do pedido da defesa para arquivar o caso , a PGR queria a prorrogação da investigação por mais 60 dias. "Além de respeitados os parâmetros objetivos mínimos para a instauração formal de investigação, há aqui conjunto suficiente de elementos a justificar a continuidade do inquérito instaurado para integral apuração da hipótese fática versada", defendeu a procuradoria. 

Bruno Araújo foi denunciado junto a outros ministros

Na época da denúncia,  outras sete pessoas que também eram ministros do governo de Michel Temer foram denunciados após a delação da Odebrech, são eles: Eliseu Padilha (PMDB), Moreira Franco (PMDB), Gilberto Kassab (PSD), Blairo Maggi (PP), Marcos Pereira (PRB), Helder Barbalho (PMDB) e Aloysio Nunes (PSDB).

Na ocasião, Bruno Araújo afirmou, em nota, que pediu doações a diversas empresas, inclusive à Odebrecht, o que era permitido. Ele também afirmou que sempre atuou, durante o mandato, em prol dos interesses coletivos.

* Com informações da Agência Brasil