O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (29) a continuidade das investigações da Polícia Federal (PF) acerca da suposta corrupção envolvendo o presidente Michel Temer e empresas do setor portuário. Com isso, policiais poderão seguir com buscas sobre propinas a Temer, por enquanto. Com informações do jornal Folha de S. Paulo.
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Barroso é relator do caso do decreto dos portos e decidiu pelo andamento das investigações sobre o possível pagamento de propinas a Temer até que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifeste sobre o pedido de prorrogação do prazo de encerramento feito pela PF. O despacho do ministro foi encaminhado ao delegado Cleyber Malta Lopes.
Investigação sobre propinas a Temer no decreto dos Portos
Temer é investigado nesse inquérito por supostamente ter recebido propina da Rodrimar, empresa que opera o Porto de Santos (SP), em troca de favorecimentos à empresa por meio do decreto assinado em maio do ano passado que regulamenta contratos de concessão e arrendamento do setor portuário. Rocha Loures, que já foi gravado recebendo mala com R$ 500 mil de executivos da JBS, teria sido o responsável por retirar a propina da Rodrimar a Temer. Os dois negam as acusações.
Em fevereiro, o então diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, chegou a afirmar em entrevista que a "principal prova" colhida pelas investigações até aquele momento tratava-se de uma gravação de conversa entre Rocha Loures e o assessor jurídico da Casa Civil Gustavo Rocha.
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No diálogo, Gustavo defende que o texto do decreto dos Portos não deveria incluir regra para beneficiar empresas que conseguiram concessões antes do ano de 1993 (caso da Rodrimar), pois isso poderia causar "exposição" para o presidente.
Loures também foi gravado ao telefone com os empresários vinculados à Rodrimar Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco. Os dois também são investigados no inquérito que tramita no STF sob a relatoria do ministro Barroso.
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Além desse inquérito que investiga propinas a Temer pelo setor portuário, o presidente também é alvo de outro processo que apura suposta corrupção da Odebrecht a campanhas do MDB por meio de doações eleitorais via caixa dois. Nesse processo, também são investigados, a pedido da PGR , os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).