“Democracia é o caminho”, diz Cármen Lúcia sobre pedidos de intervenção militar

Antes de fala da presidente do Supremo Tribunal Federal, Sergio Etchegoyen, ministro da Segurança Institucional da presidência da República, garantiu que Forças Armadas não cogita intervenção militar no país

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal
Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ - 6.3.18
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal

A ministra Cármen Lúcia , presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a democracia em seu discurso na abertura da sessão plenária desta quarta-feira (30).

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O discurso foi uma resposta à reivindicações de intervenção militar de parcela da sociedade frente à crise de abastecimento pela qual passa o país depois de 10 dias de paralisação de caminhoneiros .

“A construção do Brasil é nossa, e ela é permanente, democrática e comprometida com a ética. Não há escolha de caminho. A democracia é o único caminho legitimo”, afirmou a presidente do STF.

A ministra admitiu que “também na democracia se vivem crises”, mas assegurou que “dificuldades se resolvem com a aliança dos cidadãos e a racionalidade, objetividade e trabalho de todas as instituições, de todos os poderes”.

“A democracia não está em questão. Há questões sócio-político e financeiras nas democracias também, mas o direito brasileiro oferece soluções para o quadro apresentado e agora vivido pelo povo brasileiro”, defendeu.

Antes, o ministro da Segurança Institucional, o general Sergio Etchegoyen, havia garantido que uma possível intervenção militar não é assunto entre militares.

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“Vivo no século 21. Meu farol que eu uso para me conduzir é muito mais potente que o retrovisor. Não vejo nenhum militar, não vejo Forças Armadas pensando nisso. Não conheço, absolutamente”, afirmou.

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‘Intervenção militar’?

Em diversos de pontos de manifestação nas estradas, faixas e declarações pedindo uma intervenção militar no Brasil foram vistas. Foi esse tipo de atitude que a presidente do STF desencorajou. 

“Não temos saudade senão do que foi bom na vida pessoal e em especial histórico de nossa pátria. Regimes sem direitos são passados de que não pode esquecer nem de que se queira lembrar”, disse Cármen Lúcia em referência a ditadura militar no Brasil.

“Não se há de deixar ao povo o sofrimento pela carência de aplicação do direito, para isso somos juízes e não nos afastaremos de nossos deveres”, finalizou a ministra.

* Com informações da Agência Brasil

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