Beltrame nega participação em esquema de corrupção e recebimento de mesada
Ex-secretário de Segurança ainda afirmou, por meio de nota, que a acusação é "fantasiosa"; ele é acusado de receber R$ 30 mil por mês entre 2007 e 2014
Por iG São Paulo | * |
O ex-secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame negou, por meio de nota divulgada neste domingo (29), ter recebido propina de um esquema de corrupção no governo de Sérgio Cabral (MDB), quando estava à frente da pasta.
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Em sua delação premiada, homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), o economista e ex-secretário de governo do Rio Carlos Miranda acusou Beltrame de ter recebido mesada de R$ 30 mil de 2007 a 2014, segundo reportagem publicada hoje (29) pelo jornal O Globo . Miranda é considerado o operador financeiro do esquema que envolve o ex-governador.
Em nota, Beltrame disse que a denúncia é uma história “fabricada por alguém que está coagido e, sabe-se lá porque, usando meu nome para jogar fumaça sobre os próprios dramas”. Beltrame diz ainda que ele mal conhece o delator e que Carlos Miranda corre o risco de passar os próximos 20 anos na cadeia.
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O ex-secretário de Segurança afirmou também que já foi caluniado outras vezes pelo fato de ter sido inquilino de um assessor de Cabral, Paulo Roberto, que, de acordo com Miranda, seria o intermediário de Beltrame para receber a propina. “Oportunistas de plantão [...] usaram e abusaram dessa história do imóvel, tentando fazer de meu inquilinato uma prova contra minha honestidade. Fui caluniado algumas vezes. Com os recibos de aluguéis e minhas declarações de Imposto de Renda, venci todas as ações no Judiciário, com direito a indenizações reparatórias”.
Beltrame, que foi o mais longevo secretário de Segurança do estado e responsável pela implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), encerra a nota dizendo que a acusação é “fantasiosa”.
“Venho a público me defender, pensando principalmente nas pessoas que apoiaram, ajudaram, incentivaram e que, mesmo quando divergiam, mantinham uma relação respeitosa com meu trabalho. Que a política tenha sido contaminada pela sanha da corrupção, nos resta lamentar, punir e corrigir. Mas quero me dirigir, olhos nos olhos, àquelas pessoas que confiam na minha integridade. Quero garantir a elas que está acusação, além de fantasiosa, não tem pernas. São as únicas metáforas que encontrei para substituir o já tão desgastado ‘absurdo’.”, escreveu ele.
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