Ex-governadores e vice viram réus em ação sobre estádio da Copa

Ministério Público afirma que obras no estádio Mané Garrincha, que recebeu jogos da Copa do Mundo de futebol de 2014, foram fachada para corrupção

Obras no estádio Mané Garrincha foram 'fachada para corrupção', diz Ministério Público
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 28.7.16
Obras no estádio Mané Garrincha foram 'fachada para corrupção', diz Ministério Público

A Justiça Federal de Brasília acatou, nesta quarta-feira (25), uma denúncia do Ministério Público contra 12 pessoas no âmbito da Operação Panatenaico, da Polícia Federal, que investiga fraudes e desvios de recursos públicos em obras do Estádio Mané Garrincha , que recebeu jogos da Copa do Mundo de futebol de 2014.

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Entre outros, tornaram-se réus os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB). Além deles, nove outros investigados viraram réus.

Para os procuradores, “a partir do ano de 2008, a construção/reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha tornou-se fachada para um esquema de corrupção que englobou agentes públicos e dirigentes das construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia, envolvendo pagamento de vantagens financeiras, fraudes de processo licitatório e desvio de recursos públicos”.

A reforma no estádio havia sido orçada em R$ 600 milhões, mas custou aos cofres públicos cerca de R$ 1,6 bilhão.

Agnelo Queiroz, de acordo com os investigadores, recebeu propinas na ordem de R$ 6,495 milhões. José Roberto Arruda, por sua vez, teria embolsado R$ 3,92 milhões, e Tadeu Filippelli, R$ 6,185 milhões.

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Os três irão responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação, em uma denúncia que foi dividida em três ações penais.

Os demais réus são Maruska Lima de Sousa Holanda, ex-diretora de Edificações da Novacap e ex-presidente da Terracap; Nilson Martorelli, ex-presidente da Novacap; Fernando Queiroz, proprietário da Via Engenharia; Rogério Nora de Sá, ex-presidente de Construção Brasil da Andrade Gutierrez e ex-presidente da AG América Latina; Jorge Luiz Salomão, acusado de ser operador do ex-governador Agnelo Queiroz; Sérgio Lúcio Silva de Andrade, acusado de ser operador de Arruda; Afrânio Roberto de Souza Filho, acusado de ser operador de Filippelli; Luiz Carlos Alcoforado, ex-advogado de Agnelo, acusado de receber propina destinada ao governador; e Wellington Medeiros, ex-desembargador e advogado, acusado de receber propina para Arruda.

A operação da Polícia Federal teve origem em depoimentos de ex-executivos da Andrade Gutierrez em delação premiada assinada no âmbito da Operação Lava Jato.

* Com informações da Agência Brasil

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