Ministro Gilmar Mendes disse que a
Roberto Jayme/Ascom/TSE - 21.3.17
Ministro Gilmar Mendes disse que a "corrupção chegou ao Ministério Público"; força-tarefa da Lava Jato reagiu

A força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato divulgou nota nesta quinta-feira (12) rebatendo ataques desferidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

O magistrado disse, durante a  sessão destinada à discussão do habeas corpus de Antonio Palocci nessa quarta-feira (11), que a "corrupção chegou ao Ministério Público". Gilmar embasou sua afirmação citando investigação contra o ex-procurador Marcelo Miller, ligado a nomes da JBS,  e levantou suspeitas sobre o procurador da Lava Jato Diogo Castor de Mattos, que é irmão de um dos sócios do escritório de advocacia que atendeu o ex-marqueiteiro do PT João Santana.

Os procuradores que atuam em Curitiba, berço da investigação sobre os crimes na Petrobras, afirmaram que Gilmar Mendes faz "acusações genéricas e sem provas" e que o ministro do STF "desbordou o equilíbrio e responsabilidade exigidos pelo seu cargo".

O Ministério Público Federal (MPF) garante que o procurador Diogo Castor não atuou em nenhum dos processos envolvendo João Santana e que, inclusive, o acordo de delação do publicitário foi feito com a Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de o escritório do irmão de Castor ter assumido a defesa do ex-marqueteiro do PT.

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Barata Filho

Os procuradores também contra-acatacaram Gilmar ao mencionar a relação do ministro com o empresário Jacob Barata Filho, alvo de investigações na Lava Jato no Rio de Janeiro. Conhecido como o 'Rei do ônibus', Barata Filho já foi libertado da prisão em ao menos três vezes por Gilmar Mendes , que foi padrinho de casamento da filha do empresário.

"O procurador Diogo Castor de Mattos não atuou na investigação de João Santana por decisão própria, indo além das exigências éticas e legais da magistratura, comportamento esse que o próprio ministro Gilmar Mendes não observou quanto ao seu impedimento em medidas judiciais relativas ao investigado Jacob Barata Filho", diz a nota do MPF.

Por fim, os procuradores se dizem indignados com o "destemperado uso de falsas notícias e supostas intrigas" feito por Gilmar Mendes. "A força-tarefa Lava Jato do MPF no Paraná presta estes esclarecimentos à população para não ficar indefesa diante do reiterado sentimento negativo do ministro Gilmar Mendes com o sucesso da operação em desbaratar organizações criminosas que atuavam no poder público federal e com as mudanças positivas que o combate à corrupção trazem para a Justiça brasileira."

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