Temer cita "momento difícil na política" e prega "cumprimento da norma jurídica"
Sem mencionar prisão de Lula, Temer disse que desrespeito a decisões da Justiça "desorganiza a sociedade"; discurso foi feito em posse do novo chefe do BNDES, novo ato de reforma ministerial decorrente das eleições
Por iG São Paulo |
O presidente Michel Temer deu posse na manhã desta segunda-feira (9) ao novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ex-ministro do Planejamento Dyogo Oliveira. A cerimônia foi realizada na sede do banco estatal no Rio de Janeiro.
A mudança na chefia do BNDES representa mais um ato da reforma ministerial que Michel Temer precisou atravessar por conta da legislação eleitoral, que obrigou todos os ocupantes de cargos no Executivo com pretensões eleitorais a deixarem suas funções até a última sexta-feira (6). O então presidente do banco estatal era Paulo Rabello de Castro, que é filiado ao PSC e deve ser candidato nas eleições de outubro.
Sem mencionar a prisão do ex-presidente Lula, Temer disse em seu discurso que o Brasil atravessa um "momento difícil sob o foco político" e defendeu o "cumprimento à norma jurídica".
"Precisamos saber que nós saímos de um momento do País... Continuamos num momento difícil também sob o foco político, mas nós temos que seguir adiante. E seguir adiante significa cumprir a normatividade nacional, porque é isso que dá estabilidade ao País. Nós só temos organização quando você tem cumprimento restrito e estrito à norma jurídica. Quando você acha que não precisa seguir a norma jurídica, você desorganiza a sociedade", afirmou o presidente.
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Reforma ministerial
Além da saída de Dyogo Oliveira do Ministério do Planejamento – que foi assumido pelo até então secretário-executivo da pasta, Esteves Colnago – outras dez mudanças na equipe ministerial do governo ocorreram devido ao chamado prazo para desincompatibilização de cargos públicos.
O Planalto confirmou nesse domingo (8) que o chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco (MDB), irá agora para a chefia de Minas e Energia no lugar de Fernando Coelho Filho (MDB), que deve tentar se reeleger ao cargo de deputado federal.
Moreira Franco foi, ao lado de Temer, um dos alvos de denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que acabou engavetada por decisão da Câmara dos Deputados no ano passado. O substituto do emedebista na Secretaria-Geral ainda não foi informado pelo Planalto.
Outra mudança importante na equipe de governo foi a saída de Henrique Meirelles da pasta da Fazenda. O principal nome da equipe econômica filiou-se na semana passada ao MDB e pretende se candidatar à Presidência da República. Ele foi substituído por Eduardo Guardia, que era secretário-executivo do ministério.
Além de Dyogo, Coelho Filho e Meirelles, deixaram também a equipe do presidente Michel Temer os ministros Ricardo Barros (Saúde), Mendonça Filho (Educação), Maurício Quintella (Transportes), Marx Beltrão (Turismo), Leonardo Picciani (Esporte), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Sarney Filho (Meio Ambiente) e Helder Barbalho (Integração Nacional).
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