O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná anunciou que foram encaminhados à polícia os nomes de dez pessoas suspeitas de terem participação no ataque a tiros contra ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
, ocorrido na última terça-feira (27) em Quedas do Iguaçu, no oeste do estado.
Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (29), o presidente do PT paranaense, Doutor Rosinha, criticou o "policiamento omisso" e rebateu versão divulgada pela Secretaria de Segurança Pública do estado, segundo a qual Lula estaria a bordo de um helicóptero no momento em que os ônibus de sua caravana foram alvos de tiros.
"Eu estava no ônibus com Lula. Ele não chegou em Quedas de Iguaçu de helícoptero como insinuou a delegacia e a Secretaria de Segurança Pública, em nota. Quando a secretaria permite uma nota mentirosa como essa, isso compromete a credibilidade", reclamou Doutor Rosinha.
O presidente estadual do PT também disse lamentar suposições de que os disparos teriam sido efetuados propositalmente por aliados do petista para dar visibilidade à caravana e transmitir uma imagem de que Lula estaria sendo vítima de perseguição. A hipótese foi difundida até mesmo pelo deputado e candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro .
"Nós fomos imediatamente à delegacia e solicitamos que, no mesmo dia, a perícia se fizesse presente. Porque nós não queríamos ser vítimas de ilações e mentiras nenhuma. Eu acho que deve ser uma pessoa com problema mental imaginar que um de nós iríamos dar um tiro num ônibus onde gente nossa está lá dentro. Eu repudio, em nome do PT, esse tipo de argumento."
"Quem atirou, atirou para matar"
O dirigente petista também reafirmou sua crença de que os disparos contra à comitiva de Lula devem ser encarados como tentativa de homicídio. "Quem atirou, atirou para matar. Não tem como dizer que não foi um atentado à vida do presidente", declarou.
Ainda ontem, a bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara divulgou nota cobrando a federalização das investigações sobre o ataque , sob o argumento de que trata-se de um crime político. Os parlamentares pedem o envio da Polícia Federal para atuar nas apurações e disseram que iriam acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para apoiar essa medida.
Iniciada no último dia 19, a caravana de Lula pelos estados do Sul foi encerrada na noite dessa quarta-feira (28) com ato em Curitiba – berço da Operação Lava Jato, cujas investigações resultaram na condenação do ex-presidente a 12 anos e 1 mês de prisão.