O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já decidiu, e Michel Temer confirmou: ele deixará o ministério no início de abril para poder se candidatar nas eleições de outubro deste ano. “Já era a intenção dele. Acertamos nesses últimos dias”, afirmou Temer à reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
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Meirelles também deve mudar de partido, deixando o PSD de Kassab, que acena com apoio à candidatura presidencial do governador Geraldo Alckmin (PSDB), para migrar ao MDB de Temer, Jucá e Calheiros, onde, avalia Meirelles, ele tem mais chances de encontrar apoio para suas pretensões presidenciais.
O que não está ainda claro é o cargo a que Meirelles irá concorrer. A princípio, a intenção do ministro é dusputar à presidência da República, mas, caso seu nome se mostre inviável nas pesquisas de intenções de voto, ele pode aceitar compor uma possível chapa ao lado de Temer, concorrendo como vice.
Já o presidente, embora tenha dado sinais de que quer concorrer, ainda não oficializou sua intenção. Meirelles, assim, ficaria na “reserva” do partido e seria lançado candidato caso Temer, que registra recordes de rejeição entre os eleitores, prefira não disputar a reeleição.
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Nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas, tanto Temer quanto seu ministro da Fazenda aparecem com baixas intenções de votos – juntos, não alcançam nem 5% da preferência dos eleitores.
O presidente, contudo, tem afirmado que quer “defender seu legado” e mostrar o que foi feito em sua gestão. No último fim de semana, disse à revista IstoÉ que seria “uma covardia” ficar fora do pleito de outubro.
Já Meirelles nunca escondeu sua vontade de disputar o cargo. No início do ano o PSD chegou a testar o nome do ministro – Kassab disse na época que ele era o “plano A” da legenda para as eleições. A baixa popularidade de Meirelles juntou ao eleitorado, que praticamente não o conhece, fez com que Kassab revisasse sua posição.
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