Dilma denuncia agressões em caravana de Lula e prevê violência nas eleições

Ex-presidente Dilma falou à imprensa internacional no Rio de Janeiro

Dilma denunciou agressões contra comitiva de Lula no sul do país
Foto: Twitter/Dilma/Reprodução
Dilma denunciou agressões contra comitiva de Lula no sul do país

O Brasil passar por “um momento de radicalização do golpe”, disse a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nesta segunda-feira a correspondentes internacionais que atuam no Brasil.

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Para a ex-presidente deposta pelo congresso em 2016, incluem-se nesse quadro de radicalização os recentes ataques sofridos pela caravana de Lula no sul do país e o assassinato de Marielle Franco (PSOL) no Rio de Janeiro.

Dilma também disse que o período eleitoral prenuncia um acirramento das disputas no país. Ela disse enxergar um “aumento do grau de violência”, de modo que poderemos assistir, em outubro, a “um banho de violência”.

“O Brasil passar por um momento de radicalização do golpe. Todo golpe se radicaliza e aumenta os graus de violência para conter a consciência das pessoas e a expressão política. Como não consegue conter com argumentos, usa as formas mais violentas de expressão”, avaliou Dilma.

A ex-presidente chamou a atenção para os ataques que a equipe de tem sofrido no sul do país, em caravana para apresentar a pré-candidatura do petista. Vídeos e relatos dão conta de que o ex-presidente foi alvo de ovos e pedradas – uma pedra chegou a atingir um correligionário seu. Em um de seus discursos, um grupo que portava chicotes entrou em confronto com apoiadores de Lula.

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"Está havendo no Brasil um processo muito violento que vai se caracterizar nesta campanha eleitoral. É um processo político, porque senão como explicar uma senadora do Rio Grande do Sul [Ana Amélia Lemos (PP-RS) que elogiou os atos dos manifestantes contrários a Lula] que defenda o rebenque, o chicote, para nos receber, como método político e de diálogo? Nós tememos pelo resto", disse Dilma.

A ex-presidente também associou o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta no dia 14 de março, ao clima político brasileiro. É possível aceitar que matem uma vereadora por crime de opinião? Ainda mais por ser mulher, negra e combativa? É possível aceitar no Brasil que estejamos com uma forma mitigada de democracia?", questionou a ex-presidente.

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