Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto e tido como operador de propinas do PSDB, foi denunciado pelo Ministério Público Federal nesta quinta-feira (22). Ele é suspeito dos crimes de formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema público de informação e desvio de dinheiro público.
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Esta é a primeira denúncia feita pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo. O grupo foi composto em julho de 2017 para apurar desdobramentos da ação no estado. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
Paulo foi diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) entre e 2010, quando o hoje senador José Serra (PSDB) estava à frente do governo do estado. Para os procuradores, ele teria desviado, nessa época, o equivalente a R$ 10 milhões em valores atuais de obras tocadas pela empresa.
O dinheiro, originalmente, deveria ser destinado a moradores de locais onde seriam feitas obras de extensão do Rodoanel, que circunda a capital de São Paulo. Com a cumplicidade de três pessoas, Paulo Preto teria fraudado cadastros de moradores para efetuar o desvio dos valores.
Denúncias desse tipo já haviam sido feitas pela promotoria em 2015 e 2016; na ocasião, contudo, a justiça determinou que ações do gênero extrapolavam as competências dos procuradores.
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Não consta na nova denúncia, contudo, a informação compartilhada à Lava Jato pelo governo da Suíça de que Paulo Preto possui contas na Europa que chegam a R$ 113 milhões. O dinheiro, para a investigação, seriam propinas de empresas destinadas a campanhas eleitorais do PSDB.
A peça acusatória também não menciona o senador José Serra, que foi quem nomeou Paulo. Já correm contra o tucano ações no Supremo que investigam sua conduta. Uma delas apura supostas propinas pagas pela Odebrecht a Serra em troca de favorecimento nas licitações do Rodoanel.
Os advogados de Paulo Preto pretendem fazer com que os processos em São Paulo sejam remetidos ao STF, somando-se aos processos lá já existentes que estão sob a responsabilidade do ministro Gilmar Mendes.
Dentro do PSDB, o clima é de apreensão. Por um lado há o alívio de nenhum político do partido ter sido citado; por outro, os dirigentes temem a reação de Paulo Preto à pressão que, a partir de agora, ele será submetido.
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