O decreto da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro proposto e assinado por Michel Temer (MDB) prevê a permanência do exército nas ruas do estado até o dia 31 de dezembro. O presidente, contudo, manifestou otimismo em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo: para ele, em setembro a situação na capital fluminense pode estar já pacificada, de forma que o decreto e o exército não serão mais necessários.
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Terminada a vigência do decreto, o presidente aposta as fichas na retomada da discussão sobre a reforma da previdência . Nesse caso, ela seria votada na Câmara ainda em setembro.
A hipótese aventada por Temer, contudo, é altamente improvável. Isso porque a principal resistência dos deputados em relação a reforma, mais do que seu conteúdo objetivo, é o ‘timing’ da votação: ninguém quer discutir cortes nas aposentadorias em ano eleitoral, pois isso poderia prejudicar o desempenho dos políticos nas urnas .
Alheio ao pragmatismo eleitoral dos membros da Câmara, o presidente afirma acreditar no contrário. “Se até setembro as coisas se tranquilizarem no Rio, podemos aprovar a reforma da previdência”, assegurou.
Ministro da Segurança discorda
Para Raul Jungmann (PPS), ministro da Segurança Pública, nova pasta criada por Temer em fevereiro, não é bem assim. O ministro afirmou, em entrevista ao portal Poder360, que “haverá um clamor da sociedade para que seja a mantida a intervenção” no Rio inclusive em 2019, depois do fim da vigência do decreto.
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“O que vocês queriam? Que nada fosse feito? Era necessário tomar as medidas que foram tomadas”, defendeu Jungmann.
O ministro reconheceu, no entanto, que não é saudável que o exército exerça as funções da polícia. “Experimente colocar um enfermeiro no lugar de um médico”, comparou.
Ele previu, ainda, que o presidente e os governadores eleitos em outubro terão de se reunir para acertar uma forma de estender a duração do decreto.
Jungmann também disse acreditar que a pasta de Segurança Pública será mantida em 2019, seja quem for eleito. “Ninguém passa a borracha nesse ministério”, afirmou.
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