Demitido da direção da PF, Segovia vai ser embaixador do Brasil em Roma

Diretor-geral foi demitido após quase quatro meses no cargo; para Temer, o que houve a ele não foi propriamente uma demissão, mas um "ajustamento"

Diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, cumprimenta o presidente Michel Temer
Foto: Marcos Corrêa/PR - 20.11.17
Diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, cumprimenta o presidente Michel Temer

Logo depois do novo ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann,  demitir Fernando Segovia do comando da Polícia Federal (PF) – o que aconteceu na tarde dessa terça-feira (27) –, o presidente da República, Michel Temer, informou que o ex-diretor-geral já tem novo destino. 

Fernando Segovia será adido especial da Embaixada do Brasil em Roma, Itália, pelo prazo de três anos. A informação foi dada nesta quarta-feira (28), por Temer, em entrevista à rádio  Jovem Pan.

Na entrevista, Temer confirmou que o ex-diretor-geral da PF será transferido para Roma, na região central da Itália, e alegou que sua demissão foi apenas um "ajustamento".

"Houve um ajustamento de modo que o Segovia irá para Roma, numa adidância especial na Itália - creio que em julho ou em agosto. Foi uma coisa ajustada. O ministro tem de ter sua equipe, daí a mudança do diretor da PF", disse Temer.

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Raul Jungmann, além de ter demitido Segovia, indicou para a direção-geral da PF Rogério Galloro, atual chefe da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Polêmica

Segovia estava no cargo desde novembro. Sua demissão acontece logo depois de ele se envolver em polêmicas por causa de uma entrevista concedida à agência de notícias  Reuters.

Na ocasião, ele comentou que o inquérito que investiga o presidente Temer poderia ser arquivado, e ainda sugeriu que o delegado responsável pelo caso corria o risco de ser punido. Desde então, o delegado enfrentou pressão para deixar o posto na PF. 

Depois da fala polêmica, o então diretor-geral da Polícia Federal chegou a ser intimado pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso para prestar esclarecimentos sobre o caso. 

Barroso é relator no inquérito que investiga o presidente por suposto crime envolvendo a edição do Decreto dos Portos , e considerou a declaração do delegado "imprópria".

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Em sua defesa, Fernando Segovia disse ter sido "mal interpretado", pontuando que "e que o inquérito é conduzido por uma equipe de investigadores que atua "com toda autonomia e isenção".

* Com informações da Agência Ansa.