O presidente Michel Temer recebeu neste domingo (25), no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República, quatro ministros de seu gabinete para debater “assuntos variados”, segundo nota da Presidência da República, sem dar mais detalhes sobre o teor do encontro.
Conforme a nota, entre os temas do encontro com Michel Temer estavam os desdobramentos da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, bem como detalhes sobre o novo Ministério de Segurança Pública , cuja criação está prevista para ser anunciada formalmente pelo governo nesta segunda-feira (26).
A lista de presentes ao encontro incluiu os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Especial da Presidência), Raul Jungmann (Defesa) e o general Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional). O ministro da Justiça, Torquato Jardim, chegou ao Jaburu depois que a reunião já durava pelo menos uma hora. O deputado Darcísio Perondi (MDB-RS) também participou do encontro.
Na sexta-feira (23), o presidente da República explicou que o novo ministério vai coordenar as ações de segurança pública em todo o país, o que, segundo ele, nenhum governo federal quis fazer até agora.
“Esse ministério vai fazer reuniões permanentes com governadores e secretários de segurança”, disse em entrevista ao vivo à Rádio Bandeirantes. E completou: “Esse ministério vai coordenar a área de inteligência, porque também não basta colocar policial na rua com fuzil, precisa desbaratar o crime organizado”, afirmou.
Ao falar sobre a questão financeira, Temer disse que a nova pasta pode implicar em mais gastos para administração pública, mas isso se justifica pela importância do trabalho a ser feito na área da segurança.
Intervenção no Rio
No último dia 16, Temer reconheceu que a intervenção federal na segurança do Rio é uma "medida extrema" , mas que contou com a anuência de integrantes do governo e do governador do RJ, Luiz Fernando Pezão (MDB).
"Eu tomo essa medida extrema porque as circunstâncias assim exigem. O governo dará respostas duras, firmes e adotará todas as providências necessárias para enfrentar e derrotar o crime organizado e as quadrilhas. Essa é uma medida extrema, mas o Brasil está a demandar medidas extremas para por ordem nas coisas" discursou o presidente.
"Não podemos aceitar passivamente a morte de inocentes. É intolerável que nós estejamos enterrando pais e mães de família, trabalhadores, policiais, jovens e crianças. E vendo bairro inteiros sitiados, escolas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas em trincheiras. Chega. Basta. Nós não vamos aceitar que matem nosso presente e nem continuem a assassinar o nosso futuro", continuou Temer.
"Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos e nem nossas praças, salão de festas do crime organizado. Começamos uma batalha em que nosso único caminho só pode ser o sucesso."
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Michel Temer encarregou o chefe do Comando Militar do Leste (CML), general Walter Souza Braga Netto, de liderar a intervenção das Forças Armadas. O militar já havia atuado em 2016 como coordenador-geral dos Jogos Olímpicos do Rio. "O general Walter Souza Braga Netto terá poderes para restaurar a tranquilidade do povo. As polícias e as Forças Armadas estarão nas ruas, nas avenidas e comunidades. Unidas, combaterão, enfrentarão e vencerão aqueles que sequestram do povo as nossas cidades", disse o presidente.
* Com informações da Agência Brasil