O presidente Michel Temer prometeu nesta segunda-feira (12) que o governo federal repassará "todos os recursos necessários" para resolver a crise decorrente da migração de venezuelanos para o estado de Roraima.
Michel Temer interrompeu o descanso de Carnaval com a família em Restinga de Marambaia , no Rio de Janeiro, e participou de reunião sobre o tema em Boa Vista (RR) com a governadora Suely Campos (PP) e com a prefeita Teresa Surita (MDB).
O presidente se disse "preocupado" com a entrada de imigrantes pela fronteira do estado de Roraima com a Venezuela e garantiu que "não vai descansar" até solucionar a questão – que, em seu entendimento, "aflige" não só aos roraimenses, mas a todo o Brasil.
"Quero registrar em letras garrafais que não descansarei enquanto não resolver os problemas de Roraima. Estou preocupado, naturalmente, com esse afluxo intenso de venezuelanos, que cria problemas para o estado de Roraima, mas certa e seguramente vai criar problemas para outros estados se nós não tomarmos algumas medidas de natureza federal", destacou o presidente.
A chegada de venezuelanos a Roraima se intensificou nos últimos dois anos como resultado da crise no governo chavista de Nicolás Maduro no país vizinho. De acordo com os cálculos da Prefeitura de Boa Vista, a cidade já abriga mais de 40 mil cidadãos venezuelanos, número que representa cerca de 10% da população local, que totaliza cerca de 330 mil habitantes.
"Complicações judiciais" e comitê de acompanhamento
Temer disse que deve editar uma medida provisória para a criação de um comitê para acompanhar a situação dos estrangeiros em Boa Vista. A ideia inicial do governo, segundo o presidente, é conduzir os imigrantes a outros estados do País para "diversificar a entrada" de venezuelanos.
"Eles saem de seu país porque não há condições de vida no estado venezuelano e vem para cá em situações de miserabilidade absoluta. Vamos deixá-los passar fome? Vamos impedir que eles tenham acesso à saúde? Tudo isso demanda recursos e uma coordenação entre a União, o estado e municípios. Vamos estabelecer um comitê de acompanhamento para solucionar essa questão que aflige o estado e todo o Brasil. Não faltarão recursos. Não quero estimá-los agora, mas todos os recursos necessários serão encaminhados para solucionar a questão", disse.
O presidente comentou que algumas das medidas necessárias para lidar com a crise em Roraima são de "natureza judicial", e aproveitou o tópico para reclamar de "complicações judiciais" que atrapalham o governo. "Há alguns embaraços de natureza procedimental e muitas vezes de natureza judicial. A cada momento surge uma nova complicação judicial que inviabiliza, muitas vezes, as providências que o governo federal queira tomar", lamentou.
Temer esteve acompanhado dos ministros da Defesa, Raul Jungmann; do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen; da Justiça, Torquato Jardim, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Ao deixar a reunião, Temer embarcou de volta para passar o último dia de Carnaval com a família na base naval de Restinga de Marambaia.
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