Empresário e ex-dono da empreiteira Delta em depoimento à CPI do Cachoeira
Antonio Augusto/Agência Câmara
Empresário e ex-dono da empreiteira Delta em depoimento à CPI do Cachoeira

O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos envolvendo a operação Lava Jato no estado do Rio de Janeiro, liberou, nesta quinta-feira (8), o empreiteiro Fernando Cavendish de cumprir prisão domiciliar.

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Cavendish, ex-proprietário da construtora Delta, é acusado em diversos processos da Lava Jato. Em uma das ações, foi apontado como participante de um esquema que desviou R$370 milhões em obras envolvendo a Delta e o poder público.  

Ele foi preso em julho de 2016 no âmbito da Operação Saqueador, um dos desdobramentos da Lava Jato. Embora tenha revogado a prisão domiciliar, o magistrado proibiu que Cavendish deixe o Brasil e determinou que o réu entregue seu passaporte à polícia.

O juiz avaliou que Cavendish tem colaborando com as investigações e aceitou parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pediu a liberação do empresário do recolhimento domiciliar integral.

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“A revogação da medida cautelar de recolhimento domiciliar não se torna mais necessária, pois a sua liberdade não mais põe em risco o regular andamento do processo”, escreveu em sua decisão.

‘Presentes’ para Sérgio Cabral

Em uma das colaborações referidas por Bretas, Fernando Cavendish afirmou em depoimento  que a Delta só conseguiu se envolver na obra do Maracanã depois que pagou um anel para a mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, durante uma viagem a Paris em junho de 2009. A joia é avaliada em 220 mil euros.

Condenado pelo mesmo juiz que mandou soltar Cavendish, o ex-governador, que segue preso, rebateu as acusações: "presente de puxa-saco para me agradar, para minha mulher, que foi devolvido e ele assumiu", disse Cabral.

"Chega a ser risível, um ano depois da obra do Maracanã. Um empreiteiro encalacrado, um réu, que lavou mais de R$ 300 milhões. Devolvi para ele em 2012 [o anel] e não quis mais conversa, rompemos relações", completou o ex-governador.

Em decorrência de sua proximidade com os casos envolvendo seu marido, Adriana Ancelmo corre agora o risco de ser presa. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou hoje (8) a favor da revogação da prisão domiciliar da ex-primeira dama do Rio de Janeiro. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Sebastião Reis Júnior.

* Com informações da Agência Brasil

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