O deputado federal e provável candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pediu que o Tribunal Superior Eleitoral impugne uma pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Datafolha. A informação é do jornal O Globo .
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O levantamento sobre as intenções de voto para as eleições de outubro está programado para ser divulgado nesta quarta-feira (31). Os advogados de Jair Bolsonaro argumentam que a pesquisa tenta imprimir “a pecha de denunciado por enriquecimento ilícito” ao deputado. Ainda, acusam o instituto de, por meio das perguntas feitas na pesquisa, questionar a lisura do judiciário no caso do julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva .
A defesa do deputado apontou, no pedido ao TSE, algumas perguntas que considerou tendenciosas. “Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado desde o início de sua carreira política?” é uma delas. Para os advogados, a pergunta não tem pertinência, uma vez que ele não foi formalmente acusado de nada na justiça.
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A questão faz referência às reportagens veiculadas pelo jornal Folha de S.Paulo , que questionaram a evolução patrimonial do presidenciável e de seus filhos que também atuam na política. O jornal apurou que a família possui 13 imóveis, orçados em ao menos R$15 milhões; em alguns casos, transações bem abaixo do preço de mercado, o que pode indicar lavagem de dinheiro, foram verificadas.
Outra das perguntas que os advogados julgaram tendenciosa, referente ao julgamento de Lula na segunda instância, foi a seguinte: “Na sua opinião, o ex-presidente Lula: 1) sabia da corrupção em seu governo e deixou que ela ocorresse, 2) sabia da corrupção mas não poderia fazer nada para evita-la ou 3) ele não sabia da corrupção em seu governo? 4) Não sabe”.
Tal questionamento, alega a defesa de Jair Bolsonaro, sugere que Lula foi condenado não por envolvimento direto com casos de corrupção, mas por permitir ou saber de atos ilícitos praticados por membros de seu governo. O TSE ainda não se pronunciou sobre o pedido do deputado.
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