Nomeada por Michel Temer para ser a nova ministra do Trabalho, mas com a posse suspensa por uma série de determinações judiciais em razão de antigas dívidas trabalhistas, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) gravou um vídeo para se defender.
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Em um barco, ao som de música eletrônica e cercada por quatro homens sem camisa, identificados como empresários, Cristiane, que é filha do político Roberto Jefferson , jurou que não sabia de suas pendências com a justiça trabalhista.
“Todo mundo tem direito de pedir qualquer coisa na justiça. Qualquer coisa abstrata. Mas quem é que tem direito? Eu juro pra vocês que não achava que tinha nada para dever para essas duas pessoas que entraram na justiça contra mim”.
De óculos escuros, um dos homens que aparece no vídeo tomou partido da pretensa ministra. “E eu tô com você, doutora. Como empresário, ação trabalhista todo hora a gente tem”, justificou ele.
Um segundo empresário também saiu em defesa da deputada. “Todo mundo tem, ele tem, eu tenho, qualquer um pode ter”, conjecturou.
Batalha jurídica por ministério
Filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, a deputada teve sua nomeação para o cargo de ministra publicada no dia 4 de janeiro, mas a sua posse foi barrada seguidas vezes por decisões judiciais.
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Para que a posse ocorra ainda nesta semana, é preciso que a ministra Cármen Lúcia decida julgar por conta própria recurso apresentado por um grupo de advogados trabalhistas contrários à nomeação da deputada. A presidente do STF concedeu liminar a favor do recurso na segunda-feira passada (22), suspendendo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia liberado a posse da deputada.
Caso a ministra Cármen Lúcia decida enviar o assunto para análise no plenário do STF, só será possível haver uma decisão a partir da semana que vem (portanto após o prazo de validade do ato de nomeação de Cristiane Brasil), que é quando os demais ministros da Corte retornam do recesso do Jucidiário.
A insistência do governo federal na nomeação de Cristiane Brasil é justificada pelo fato de o presidente Michel Temer querer evitar desgaste com o pai da deputada e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. O Planalto precisa de apoio para aprovar a reforma da Previdência na Câmara e conta com a bancada do partido para tanto.
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