Jornais do mundo todo repercutiram a condenação, por unanimidade, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) negou o recurso de defesa do líder petista por 3 a 0, mantendo a condenação proferida pelo juiz Sérgio Moro e aumentando a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.
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O Der Spiegel , um dos principais veículos de mídia alemão, apontou que “embora Lula lidere atualmente as pesquisas eleitorais, com um total de sete processos em curso contra ele, sua estrela deixou de brilhar há muito tempo”.
Também na Alemanha, a revista Stern pontua que o resultado do julgamento “pode pode desencadear protestos violentos, porque, se as algemas tilintarem, o ex-presidente não poderá – como muitos esperam – se tornar novamente chefe de Estado”.
O periódico também fez referência às investigações da Lava Jato , “um romance policial-político”. Para a revista, o maior beneficiado pela condenação do líder petista foi “o conservador de direita” Jair Bolsonaro.
O francês Le Monde foi enfático, afirmando que a decisão pode representar “a morte política do ex-chefe de Estado e jogar a campanha presidencial em nova situação”.
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Os jornais ingleses também focaram nas implicações eleitorais da condenação. O Guardian analisou que o novo quadro “complica os planos do PT e marca uma extraordinária mudança na sorte do maior líder popular da história moderna brasileira”. O canal estatal BBC ponderou que “ainda há saídas” que permitiram a candidatura de Lula, “o favorito a vencer”.
Na Espanha, o El Pais lembra que o ex-presidente é o “principal nome da esquerda brasileira em quatro décadas”. Agora, diz o jornal, ficou “mais distante as chances” de o PT voltar ao poder no ano que vem.
O argentino Clarín classificou de “duro revés” a derrota nos tribunais. O ex-presidente e seus seguidores irão se esforçar, para o periódico, em garantir a liberdade de Luiz Inácio e possibilitar judicialmente sua candidatura em outubro.
Nos Estados Unidos, os jornais ressaltaram a envergadura da imagem do ex-presidente. O Washington Post o colocou como “uma das figuras mais conhecidas da América Latina”, lembrando que o ex-mandatário acusa o processo de ser “politicamente motivado e feito para impedi-lo de concorrer”.
O New York Times , por sua vez, sublinha que a condenação foi “uma vitória para os promotores e um dos pontos altos dos embates entre o judiciário e a elite política do país”.
O Times acrescenta, contudo, que é “amplamente aguardado” que Lula siga na luta para se candidatar.
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