“Não vamos aceitar a condenação de Lula sem provas”, diz líder do PT no Senado

Senador Lindbergh Farias disse que “não é hora de uma esquerda frouxa” e defendeu que partidos e povo priorizem “as lutas sociais e o enfrentamento”

Para o senador, o Brasil não passa por um momento de “normalidade democrática”
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 28.4.15
Para o senador, o Brasil não passa por um momento de “normalidade democrática”

Em um vídeo postado em sua página no Facebook, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), disse que “não é hora de uma esquerda frouxa” e defendeu que os políticos de seu partido e o povo priorizem “as lutas sociais e o enfrentamento”.

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Ele se referia ao julgamento de Lula no dia 24 de janeiro, que chamou de “segunda etapa do golpe: o impedimento da candidatura” do ex-presidente. Lindberg também endossou as declarações da senadora Gleise Hoffmann, presidente do PT, que disse, no início da semana, que para prender Lula será preciso “matar gente”.

Para o senador, esse é o momento da esquerda elevar o tom do debate, pois, em sua análise, o Brasil não passa por um momento de “normalidade democrática”.

“Não vamos aceitar a condenação de Lula em um processo sem prova alguma”, disse, acrescentando que “cassaram a presidente eleita democraticamente, sem cometer nenhum crime, estão retirando direitos dos trabalhadores, e agora querem que agente aceite a condenação do Lula sem provas, em um processo desmoralizado”.

Julgamento de Lula                    

O  ex-presidente Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz Sérgio Moro considerou em sua decisão que o petista recebeu vantagem indevida no valor de R$ 2,2 milhões da OAS por meio da compra, reforma e decoração do tríplex no Guarujá.

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Caso a condenação seja mantida pela 8ª Turma do TRF-4, o ex-presidente poderá ser impedido de participar das eleições deste ano, conforme previsto pela Lei da Ficha Limpa – sancionada pelo próprio Lula em 2010.

Em nota, a defesa de Lula questionou o tribunal sobre a diferença de tratamento que o ex-presidente recebeu em relação a outros investigados. “Esperamos que a explicação para essa tramitação recorde seja a facilidade de constatar a nulidade do processo e a inocência de Lula”, escreveram os advogados.

Entre todos os processos no âmbito da Lava Jato, o do principal nome do PT para as eleições de 2018 foi o que mais rapidamente chegou à 2ª instância: foram 42 dias, contados a partir da sentença de Moro até o início da tramitação no TRF-4.

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