Perícia da PF rejeita sabotagem em acidente de avião que matou Teori Zavascki

A perícia realizada pelo Grupo de Bombas e Explosivos PF do Rio de Janeiro não detectou sinais de explosivos, produtos químicos ou de qualquer possibilidade de incêndio no sistema interno na aeronave; relembre o caso

Teori Zavascki, que era relator da Lava Jato no STF, morreu no dia 19 de janeiro em um acidente aéreo
Foto: Reprodução/TV Globo
Teori Zavascki, que era relator da Lava Jato no STF, morreu no dia 19 de janeiro em um acidente aéreo

Quase na data de aniversário de um ano do acidente de avião que matou o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e outras quatro pessoas, as investigações da Polícia Federal colocaram fim na suposição de que a queda poderia ter sido causada por sabotagem na aeronave. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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A perícia realizada pelo Grupo de Bombas e Explosivos PF do Rio de Janeiro não detectou sinais de explosivos, produtos químicos ou de qualquer possibilidade de incêndio no sistema interno na aeronave em que estava Teori Zavascki e as outras quatro vítimas da queda. Desse modo, foi descartada, por exemplo, qualquer tentativa de explosão interna – causada por deformações na fuselagem.

Para o relatório divulgado neste sábado (6), a PF reuniu mais de 15 peritos de Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, que realizaram análises em torno dos aspectos do voo e do avião, ou seja, do motor, destroços, dados de tráfego aéreo, gravações feitas durante o voo e recuperadas após o acidente.

Suspeita de assassinato

Em maio do ano passado, meses depois da morte do ex-ministro, o advogado e filho de Teori,  Francisco Prehn Zavascki, publicou um texto no perfil do Facebook levantando a hipótese de que a morte do jurista – em janeiro deste ano – teria sido planejada por pessoas investigadas pela Justiça, em especial os envolvidos nas irregularidades apuradas pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

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Foto: Beto Barata/PR - 21.1.2017
Corpo do ministro Teori Zavascki, do STF, foi velado no prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

“Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai”, escreveu o advogado em sua página. A postagem foi feita às 21h18 da última quarta-feira (17).  Francisco embasou o texto citando que, conforme já revelado pelas investigações, “a ordem sempre foi a de parar a Operação [Lava Jato]”.

“Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentado nada com ele), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB”, acrescentou o advogado.

Ainda segundo o advogado, o ministro do STF sabia “quanto cada um estava afundado nesse mar de corrupção” e que, por causa disso, estava “aflito” com o que aconteceria em 2017. “Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim.”

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Teori Zavascki, que era relator das ações decorrentes da Lava Jato no STF, morreu no dia 19 de janeiro em um acidente aéreo. O avião em que ele estava a bordo com mais quatro pessoas caiu no mar durante o procedimento de aproximação ao aeroporto de Paraty, no Rio de Janeiro. Nas semanas seguintes ao fato, surgiram diversos questionamentos sobre a possibilidade de a aeronave ter sido sabotada, teoria que foi descartada pela Polícia Federal neste sábado (6), quase um ano depois da morte do ex-ministro.