Em 20ª denúncia na Lava Jato, Cabral é acusado de corrupção em contratos no Rio

Ex-governador e ex-secretário de obras foram acusados de corrupção passiva, pelo MPF, por causa de obras realizadas pela construtora Oriente

Sérgio Cabral é denunciado 20ª vez na Operação Lava Jato por corrupção com construtora Oriente
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 17.11.16
Sérgio Cabral é denunciado 20ª vez na Operação Lava Jato por corrupção com construtora Oriente

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral ( MDB ), foi novamente denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), atingindo “a marca” de 20 denúncias pela Operação Lava Jato. Dessa vez, ele foi acusado de corrupção passiva por contratos celebrados pelo governo do estado com a construtora Oriente.

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Além de Sérgio Cabral , também foram alvo da denúncia o ex-secretário de Obras, Hudson Braga; Wagner Jordão Garcia, apontado como operador financeiro do esquema criminoso de corrupção passiva; Alex Sardinha da Veiga, ex-coordenador de licitações da empresa Oriente Construção Civil, e Geraldo André de Miranda Santos, diretor e atual administrador da construtora.

Segundo os procuradores afirmam, no período entre 2010 e 2014, o ex-governador solicitou e recebeu propina de Sardinha e Santos – por meio de Braga e Garcia, que repassavam, geralmente, o valor equivalente a 1% dos contratos celebrados entre a construtora Oriente e o governo estadual.

“Com efeito, o pagamento de propina em relação às obras públicas executadas pelo governo do Rio de Janeiro na gestão de Sérgio Cabral e Hudson Braga era prática generalizada, que certamente gerou o pagamento de dezenas de milhões de reais em propina”, defende o MPF.

Denúncias “do fim de ano”

No dia 21 de dezembro, Cabral – que já está preso há mais de um ano, condenado a 87 anos de prisão – foi alvo de denúncia dos procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro . Assim como esta 20ª denúncia, ele foi acusado pelo crime de corrupção passiva – em um esquema que envolvia o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner , que também foi denunciado.

O MPF, então, acusou Fichtner de ter recebido propina na casa de R$ 1,5 milhão por meio de uma organização criminosa alegadamente chefiada pelo ex-governador do Rio, no período entre 2007 e 2014.

A Procuradoria pediu, na 19ª denúncia, para que os acusados fossem condenados e ainda obrigados a pagar o valor recebido em propinas para que reparassem os danos à União, com uma multa de R$ 3,12 milhões por danos morais.

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Com a ação realizada pelo MPF agora, Sérgio Cabral completa 20 denúncias, sendo que uma foi apresentada pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e as outras 19, pelo MPF no Rio, como desdobramentos da operação de Curitiba. O ex-governador já tem quatro condenações pela Justiça Federal.

*Com informações da Agência Brasil