O prefeito de Porto Alegre , Nelson Marchezan Júnior (PSDB), solicitou ao presidente da República, Michel Temer, a convocação da Força Nacional e do Exército Brasileiro para "garantir a segurança da população e a preservação do patrimônio público” durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal da 4a. Região (TRF-4).
Leia também: Defesa pede que Lula seja ouvido por tribunal antes do julgamento
"Solicitei ao presidente Michel Temer o apoio da Força Nacional e do Exército Brasileiro para atuarem em conjunto com as forças de segurança municipal e estadual no dia 24", anunciou o prefeito de Porto Alegre nesta quinta-feira (4).
"Devido às manifestações públicas de líderes políticos, inclusive de senadores da República, que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público", explicou.
O ofício com o pedido de Marchezan foi enviado nesta quarta-feira (3) ao governo federal e publicado nesta manhã nas redes sociais do próprio prefeito.
No ofício, Marchezan considera "a ameaça de ocupação de espaços públicos municipais pelos diversos movimentos sociais que manifestaram-se publicamente nesse sentido" e o "fato do Tribunal Regional Federal da 4ª Região situar-se no interior de um parque municipal".
O prefeito fez menção ainda "à desobediência civil e luta propugnada nas redes sociais por alguns políticos".
Não há informações a respeito de como tal ofício foi recebido pelo presidente da República e nem se sabe ainda se o pedido de reforço na segurança será aceito.
Ex-presidente vai a julgamento
Nesta quarta-feira, o ex-presidente informou a dirigentes do seu partido que pretende ir a Porto Alegre , no Rio Grande do Sul, por volta dos dias 22 e 23 de janeiro. Com a viagem, o objetivo do petista seria acompanhar de perto o seu julgamento em segunda instância pelo TRF4, que acontece no dia 24.
O julgamento de Lula será crucial para o futuro político do petista, que foi condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá.
A defesa do ex-presidente recorreu da decisão e, dependendo da sentença escolhida pelo TRF-4 , o petista pode ser impedido de disputar a eleição presidencial.
Se candidato, o ex-presidente tem grandes chances de ser reeleito. Pelo menos, isso é o que revela as últimas pesquisas eleitorais dos principais indicadores nacionais – Datafolha e Ibope. Porém, se sua candidatura for recusada, o partido ainda não tem uma segunda opção de igual força para concorrer à Presidência.
Leia também: Justiça proíbe acampamento em parque próximo ao local de julgamento de Lula
O prefeito de Porto Alegre não chegou a comentar, em seus ofícios, especificamente a presença do ex-presidente petista na cidade no dia do julgamento.