Aécio Neves quer ser reeleito senador ou voltar ao governo de Minas em 2018

Tucano acredita que nenhum dos nove inquéritos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal vai afastá-lo da disputa eleitoral do ano que vem

Depois de votar, Aécio Neves, que disputou a Presidência pelo PSDB em 2014, fez pose com seu número para os fotógrafos
Foto: Valter Campanato/ABr
Depois de votar, Aécio Neves, que disputou a Presidência pelo PSDB em 2014, fez pose com seu número para os fotógrafos

O senador Aécio Neves (PSDB) – que passou parte do seu mandato neste ano afastado do cargo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – afirmou pela primeira vez, nesta sexta-feira (15), que pretende ser candidato nas eleições do ano que vem. 

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A declaração do tucano foi feita, nesta manhã, em entrevista à rádio Itatiaia. De acordo com o próprio Aécio Neves , seus planos são de concorrer à reeleição ao Senado ou tentar voltar ao cargo de governador de Minas Gerais, ocupado no período entre janeiro de 2003 e março de 2010. 

A escolha final sobre qual corrida eleitoral o senador irá disputar no ano que vem deverá ocorrer, segundo Aécio, após uma conversa com "as forças políticas" que o apoiam. Porém, o tucano admitiu que "o Senado é o caminho natural".

Perguntado sobre os nove inquéritos que tramitam contra ele no Supremo, Aécio afirmou que não será condenado "em hipótese alguma", afinal, segundo o próprio, não pesa sobre ele nenhuma conduta ilícita. Por isso mesmo, não teme que as denúncias o retirem das eleições de 2018.

"Dizem respeito (inquéritos), sem exceção, a financiamentos de campanhas eleitorais. Há uma coisa em comum em relação àqueles que fazem referência ao meu nome", ressaltou. "Todos dizem que em relação ao senador e ao governador Aécio nunca houve contrapartida e favorecimento a quem quer que fosse e eles deram ajuda em minas campanhas eleitorais porque acreditavam no nosso projeto", se defendeu o senador.

Contexto político de Aécio

A declaração do senador acontece uma semana depois dele ter perdido o cargo de presidente nacional do PSDB para o governador de São Paulo e pré-candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin. Alckmin foi eleito no sábado passado (9) o novo presidente do partido.

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O ano de 2017 não foi fácil para o tucano mineiro. Em maio, foi envolvido em um escândalo de corrupção e chegou a ser afastado de sua cadeira no Senado Federal por ordem direta do ministro Edson Fachin, do Supremo. 

Aécio foi citado em delação premiada dos irmãos e empresários Wesley e Joesley Batista. e teve áudios revelados em conversas comprometedoras. O senador Aécio Neves foi flagrado em escuta telefônica pedindo R$ 2 milhões a Joesley.

"Exerço mandatos públicos há mais de 30 anos e, com uma série de inquéritos, não tinha recursos para constituir a minha defesa. Não me envergonho disso e aceitei uma proposta de empréstimo de um cidadão a quem eu tinha oferecido um apartamento de propriedade minha família", justificou o senador em entrevista.

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"Isso não me desonra", disse Aécio Neves, acrescentando que esse valor não se trata de dinheiro público, mas a um empréstimo privado.