Petrobras quer que Gleisi Hoffmann devolva R$ 1 milhão aos cofres da empresa

Estatal fez pedido ao STF; senadora e o marido são acusados de receber doação ilegal de R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010

Senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, são acusados de receber propina
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 11.10.2016
Senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, são acusados de receber propina

A Petrobras encaminhou um pedido ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) seja condenada a devolver, com seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o valor de R$ 1 milhão aos cofres da empresa. O empresário Ernesto Klueger também é alvo da cobrança

O pedido foi encaminhado no âmbito da ação penal em que   Gleisi Hoffmann foi denunciada por corrupção e lavagem de dinheiro. Nas alegações finais sobre o caso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que os três réus, além de condenados, fossem obrigados a pagar R$ 4 milhões em indenização aos cofres públicos , quatro vezes mais do que o R$ 1 milhão que teriam sido desviados da Petrobras para irrigar a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.

Na condição de auxiliar de acusação, a Petrobras pediu que, a partir dessa indenização, seja ressarcida em, ao menos, R$ 1 milhão, valor “inequivocamente, desviado dos cofres da requerente [Petrobras], através de estratagemas acuradamente analisados e reconhecidos pela acusação em suas considerações finais”.

No requerimento, a Petrobras volta a afirmar ter sido a maior vítima dos esquemas de corrupção revelado pela Operação Lava Jato desde 2014.

Acusações

Raquel Dodge narra nas alegações finais enviadas ao relator do inquérito no STF, ministro Edson Fachin, que Paulo Bernardo, enquanto ministro do Planejamento, teria solicitado a propina a Paulo Roberto Costa no início de 2010.

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O dinheiro então foi recebido pelo empresário Ernesto Rodrigues, em Curitiba, e a operacionalização do pagamento teria sido feita por intermédio do doleiro Alberto Youssef mediante a lavagem de dinheiro em empresas de fachada. "A senadora, expoente de seu partido político, locupletou-se dolosamente de todo um esquema de ilegalidades praticados na Petrobrase, também por isso, deixou de cumprir com seu dever de fiscalização", escreveu Raquel Dodge no documento.

A PGR defendeu ainda que as penas para Gleisi e Paulo Bernardo sejam agravadas devido a longa experiência de ambos como políticos. “Mais que corrupção de um mero agente público, houve corrupção em série, de titulares de cargos dos mais relevantes da República, cuja responsabilidade faz agravar sua culpa na mesma proporção”.

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Até a publicação da reportagem, a  Agência Brasil  não conseguiu contato com os acusados. A senadora Gleisi e o ex-ministro Paulo Bernardo sempre negaram qualquer irregularidade. “A requerida [senadora] jamais praticou qualquer ato que pudesse ser caracterizado como ato ilícito, especialmente no bojo do pleito eleitoral ao Senado Federal no ano de 2010, na medida em que todas as suas contas de campanha foram declaradas e integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral”, afirmou a defesa de Gleisi Hoffmann no curso da ação penal.

* Com informações da Agência Brasil