O ex-consultor do Grupo Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran , afirmou, nesta quinta-feira (30), que documentos apresentados nas acusações do Ministério Público Federal, que resultaram na segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, foram fraudados pela Odebrecht. A declaração foi feita na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) sobre a JBS.
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Duran era contratado pela empreiteira baiana e pal UTC. Em video conferência, da Espanha, ele afirmou que o sistema utilizado pela Odebrecht para controlar o repasse de propinas, o Drousys , foi manipulado e que, por isso, as provas estariam viciadas, mesmo após ele ter desativado por causa da operação Lava Jato.
“O sistema Drousys da Odebrecht foi manipulado e adulterado, antes, durante e depois de ter sido bloqueado pelas autoridades da Suíça. Isso quer dizer que essas informações não se prestam como provas para incriminar quem quer que seja, muito menos deputados, senadores e o presidente. A prova é nula", declarou.
Duran informou também que encomendou uma perícia por profissionais juramentados na Espanha para comprovar que o sistema estava viciado. Mas ressaltou que a adulteração não seria necessariamente de conhecimento do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot , responsável pela denúncia contra Temer.
"Eu não parto da premissa de que o procurador Janot estava mentindo. Eu parto da premissa de que ele obteve no Drousys, mas isso prova que o sistema foi manipulado depois do bloqueio feito pela Suiça em março de 2016", argumentou.
Duran vive na Espanha país desde 2016, onde tem cidadania. A justiça brasileira já ordenou a prisão do advogado e solicitou sua extradição, mas o governo espanhol negou o pedido.
Por meio de nota, a Odebrecht afirmou que “as atividades do Sr. Rodrigo Tacla Duran foram informadas pela Odebrecht às autoridades no processo de colaboração com a Justiça" e que ela "vem colaborando com as investigações de forma definitiva, prestando todos os esclarecimentos necessários". Ela não comentou as supostas adulterações.
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Segunda denúncia
O presidente Michel Teme r foi denunciado pela segunda vez em setembro pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusado de praticar os crimes de tentativa de obstrução à Justiça e de organização criminosa junto a integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". o grupo teria arrecadado ao menos R$ 587 milhões em propinas mediante atividades ilícitas que tiveram como alvos, especialmente, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal, a Câmara dos Deputados, três ministérios do governo e a estatal de energia Furnas.
Sobre a arrecadação de propina do grupo na Petrobras, Janot cita um episódio ocorrido em 2010 e narrado por executivos do grupo Odebrecht. Segundo a delação, o valor pago ao PMDB foi de R$ 40 milhões em troca da aprovação de um projeto de segurança ambiental da empresa.
*com informações da Agência Brasil