Um áudio de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira (PRB), mostra um suposto acerto de valores e troca de informações bancárias. Segundo informações divulgadas na sexta-feira (6) pela revista Veja , o executivo negocia um pagamento de R$ 6 milhões em propina ao ministro.
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O arquivo foi entregue por Joesley ao Ministério Público Federal ( MPF
) como parte de sua delação premiada, que foi tornada pública pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a reportagem, o áudio foi gravado sem que Pereira soubesse e mostra os dois somando valores de repasses. Na gravação, o executivo, que já colhia provas para entregas às autoridades, conversa com o ministro sobre os pagamentos e pede que ele inclua o valor do pagamento daquele dia em suas anotações.
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À Procuradoria-Geral da República (PGR), o executivo disse que a quantia seria uma propina por conta da influência do ministro, presidente licenciado do PRB. O valor teria sido pago ao empresário após a liberação de um empréstimo de R$ 2,7 bilhões na Caixa ainda durante o governo da presidente Dilma Rousseff. O empresário teria sido procurado por Antônio Carlos Ferreira, que ocupava o cargo de vice-presidente da Caixa por indicação do PRB e o orientou a falar com Pereira.
Em nota, o ministrou disse que comentará o assunto somente em juízo. No comunicado, Pereira disse que "não comentará nenhum informe advindo da colaboração processual em referência, nem muito menos fará comentários sobre pretensas gravações ilícitas".
"Os fatos que envolvem sua relação com Joesley Batista serão devidamente esclarecidos quando lhe for dada oportunidade de falar perante autoridade interessada na verdade, de maneira imparcial. Seus advogados já manifestaram ao STF sua intenção de aclarar os fatos e, portanto, aguarda momento formal para se defender e mostrar sua inocência", completa.
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O acordo de colaboração premiada de Joesley Batista foi homologado pelo ministro do STF, Edson Fachin, em maio, mesmo mês em que foi retirado o sigilo sobre a delação. Desde então, o empresário apresentou novas informações à PGR, nem todas já conhecidas do público, em meio às quais encontra-se a menção a Marcos Pereira.
* Com informações da Agência Brasil.