A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) a interrogar o presidente Michel Temer numa investigação e, que ele é suspeito de ter participado de esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro na edição de um decreto do setor de portos.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, havia solicitado ao STF na última sexta-feira (29) permissão para interrogar Temer. No pedido enviado ao Supremo não foi estabelecida uma data para o depoimento, porém, destacou que tem intensão de concluir essa e outras diligências em até 60 dias. Já o prazo para que as investigações sejam concluídas poderá ser prorrogado posteriormente.
Ao autorizar, Barroso, relator do caso no STF, concedeu que o depoimento seja feito por escrito, com perguntas previamente enviadas ao presidente, que também terá a opção de permanecer em silêncio durante todo o interrogatório. Caso queira se manifestar pessoalmente, o peemedebista também poderá escolher data e local para ser ouvido pela Polícia Federal.
Além do presidente da República, o ex-deputado e ex-assessor especial do Planalto Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), e os executivos da Rodrimar – empresa concessionária no porto de Santos que teria sido beneficiada pelo decreto – Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita.
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Os empresários também poderão ser ouvidos pela PGR, além de Rocha Loures, o advogado José Yunes, o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha e coronel reformado da PM de São Paulo João Batista Lima Filho, conhecido como coronel Lima.
Barroso também autorizou que a PGR tenha acesso aos registros de doações eleitorais da Rodrimar para Temer e PMDB nas últimas campanhas, registros de entrada no Palácio do Planalto dos empresários investigados e documentos que mostram o processo de aprovação do decreto no governo.
Caso
De acordo com a PGR, Temer teria recebido propina da empresa, que teria repassado o dinheiro por intermédio de Loures. O caso veio à tona após o presidente ter sido gravado pela Polícia Federal em conversa telefônica na qual o ex- assessor questiona sobre o andamento do decreto. Ele também foi gravado ao telefone com os empresários Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos vinculados à empresa Rodrimar S/A.
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