Autorizada pelo STF, PF cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Ezequiel Fonseca, na Câmara
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 14.9.17
Autorizada pelo STF, PF cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Ezequiel Fonseca, na Câmara

Alvo de operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (14), o deputado Ezequiel Fonseca (PP-MT) afirmou ter recebido "com tranquilidade" o mandado de busca e apreensão em seu gabinete, expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.

Com a autorização do STF , a Polícia Federal revistou o gabinete de Fonseca na Câmara dos Deputados . O deputado contesta, em nota, a afirmação de que teria cobrado qualquer quantia ou recebido dinheiro em troca da defesa do governo de Mato Grosso em sua atuação parlamentar como deputado estadual. Ele disse ainda que respeita a Justiça e que está à disposição para colaborar com a investigação.

"Afirmo que nunca solicitei qualquer quantia ilícita de quem quer que seja em troca da minha atuação no Parlamento, tampouco me foi entregue dinheiro para esse fim", diz Ezequiel no comunicado.

A Polícia Federal também cumpriu mandado de busca e apreensão em endereços com relação ao ex-governador do Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). Um dos mandados foi cumprido em seu apartamento, na Aza Sul, região nobre de Brasília.

Além deste endereço, policiais federais também fizeram diligências em imóveis localizados em São Paulo e no Mato Grosso, ligados a Blairo Maggi. O ministro também negou as acusações . A ação, que ocorre com discrição, é parte da Operação Malebolge (12ª fase da Ararath).

Acusações de delator

O nome do deputado Ezequiel Fonseca é um dos citados pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, que fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em depoimento divulgado no fim de agosto, Silval prestou informações sobre o funcionamento de um suposto esquema de corrupção no estado entre 2004 e 2014, pelo qual políticos cobravam propina em obras do governo.

Os deputados estaduais que recebiam o dinheiro também dificultavam a investigação de altos membros do governo por comissões parlamentares de inquérito (CPIs). O pagamento aos parlamentares, entre eles Fonseca, foi registrado em vídeo entregue pelo ex-governador.

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No depoimento, Silval – que foi vice de Maggi entre 2007 e 2010 – também acusou o ministro da Agricultura de ter participado de uma série de irregularidades e esquema de corrupção no estado. A delação de Silval foi homologada pelo STF em agosto.

* Com informações da Agência Brasil

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