“Palocci mentiu para se livrar da prisão”, afirma Dilma sobre depoimento a Moro
Em nota, a ex-presidente nega acusações feitas ontem. Palocci afirmou a Moro que governos Lula e Dilma "tinham pacto de propinas" com Odebrecht
Por iG São Paulo |
07/09/2017 17:32:37A ex-presidente Dilma Rousseff, por meio de nota à imprensa, afirmou nesta quinta-feira (7) que o depoimento prestado pelo ex-ministro Antonio Palocci ao juiz federal Sérgio Moro , na quarta-feira (6), “falta com a verdade”, e que ele estaria mentindo para poder se livrar da prisão.
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Segundo a nota, Dilma Rousseff
não teria se encontrado com os empresários da empreiteira Odebrecht, nem durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva nem em seu primeiro governo, conforme apontou Palocci. Além disso, a ex-presidente se declara inocente em relação aos supostos repasses de propinas, também apontados pelo ex-ministro ontem.
Palocci ainda disse que Dilma teria beneficiado a empreiteira durante o processo de concessões de aeroportos, o que a assessoria da ex-presidente afirma ser outra mentida contada por ele diante da Justiça Federal. “Tal decisão foi tomada pelo governo para gerar concorrência entre as empresas concessionárias de aeroportos. Buscou-se evitar que, caso uma empresa tivesse a concessão de dois aeroportos, priorizasse um em detrimento do outro”, pontua a nota.
Ainda sobre o suposto benefício à Odebrecht , a nota diz que “Dilma buscava atrair mais empresas para participar do sistema aeroportuário, garantindo que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), como órgão regulador, tivesse mais parâmetros para atuar. Mais concorrência, menos concentração”.
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A mensagem da ex-presidente ainda traz alguns números sobre as concessões de aeroportos durante seu governo, apontando que “a Odebrecht foi responsável pela maior outorga paga ao governo para o direito de explorar apenas um dos seis aeroportos cujas concessões”.
Depoimento na Lava Jato
Durante duas horas desta quarta-feira, Antonio Palocci prestou depoimento a Sérgio Moro, acusando o ex-presidente Lula de ter recebido propinas em um “pacto de sangue” entre o PT e a construtora Odebrecht. Segundo o ex-ministro, houve repasse de R$ 4 milhões, além de presentes pessoais.
"Eu chamei de 'pacto de sangue'. Porque envolvia um presente pessoal, que era um sítio, envolvia um prédio de um museu, pago pela empresa, envolvia palestras pagas a R$ 200 mil, fora impostos, combinadas com a Odebrecht para o próximo ano, e havia uma reserva de R$ 300 milhões que foram sendo disponibilizado com a planilha entregue pela empreiteira Odebrecht", revelou o ex-ministro.
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Ainda no depoimento de ontem, Palocci afirmou que a empreiteira possuía uma “relação fluida com os governos petistas de Lula
e Dilma”, mantida a base de propinas. Para ilustrar a acusação, o ex-ministro, então, citou os supostos benefícios em concessões – como do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
Veja a íntegra da nota de Dilma Rousseff nesta quinta-feira.