Defesa de Temer faz novo pedido de suspeição de Rodrigo Janot ao Supremo

Pedido apresentado pelo advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira afirma que há parcialidade de Janot nas investigações que envolvem o presidente

Defesa de Michel Temer pediu que fosse declarada a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot
Foto: Marcos Correa/PR - 21.10.2016
Defesa de Michel Temer pediu que fosse declarada a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot

A defesa do presidente Michel Temer pediu novamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O pedido foi feito por meio de um agravo regimental e foi apresentado na terça-feira (5) ao STF. Ainda não há data para julgamento do recurso.

O advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, representante de Temer, já havia acusado Rodrigo Janot , no começo de agosto, de parcialidade nas investigações que envolvem o presidente. No dia 30 de agosto, o ministro do STF Edson Fachin rejeitou o pedido de suspeição do procurador-geral . Na decisão, Fachin entendeu que não houve indícios de parcialidade do procurador-geral.

Além desse recurso, a defesa de Temer também protocolou um pedido para ter acesso a todos os áudios relacionados às delações da JBS. De acordo com o STF, Edson Fachin deve se pronunciar em breve sobre esse pedido.

Sigilo derrubado

Nesta quarta-feira (6), o Supremo liberou a íntegra dos áudios entregues por advogados da JBS à Procuradoria-Geral da República ( PGR ) que trazem evidências de que os delatores omitiram informações durante as investigações no âmbito da Operação Lava Jato. O sigilo das conversas fori retirado por Edson Fachin na noite de terça-feira (5).

Leia também: Denúncia de Janot é "reedição do famigerado PowerPoint", diz defesa de Lula

A suspeita de omissão foi divulgada na última segunda-feira (4) por Janot, que abriu processo que pode levar à anulação dos benefícios da delação premiada para Joesley Batista e outros executivos da JBS . A suspensão dos benefícios, no entanto, não deve invalidar as provas já coletadas no processo, segundo o procurador.

Entre os fatos omitidos na delação estaria o envolvimento do ex-procurador da República, Marcelo Miller, em crimes cometidos pelos empresários da JBS. Miller atuava na Procuradoria-Geral durante o período das negociações para a delação e deixou o cargo para trabalhar em um escritório de advocacia que defende a JBS. Em nota, Miller negou as acusações de ter atuado como “agente duplo” e diz que não cometeu ato de improbidade administrativa.

Leia também: Políticos e signos: descubra qual seu "alter ego" em Brasília segundo o Zodíaco

A  Agência Brasil  entrou em contato com o escritório do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. Rodrigo Janot e a Procuradoria-Geral da República ainda não se pronunciaram sobre o recurso.

* Com informações da Agência Brasil