Governo tem hoje menos votos do que antes, diz Maia sobre reforma da Previdência

Presidente interino diz que espera votar reforma em outubro, mas vê base aliada enfraquecida: "O problema não é a data, é ter voto para aprovar"; Maia prega ainda agilidade para discutir nova denúncia contra Michel Temer

Rodrigo Maia (esq.) diz que governo de Michel Temer (centro) tem hoje só 280 votos para reforma da Previdência
Foto: Beto Barata/PR - 25.7.2017
Rodrigo Maia (esq.) diz que governo de Michel Temer (centro) tem hoje só 280 votos para reforma da Previdência

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou nesta segunda-feira (4) que a base de apoio do Planlato perdeu força e que hoje está ainda mais difícil para o governo aprovar a proposta de reforma da Previdência . Considerado uma das principais apostas do Planalto para atingir o equilíbrio fiscal, o pacote de alterações nas regras para a aposentadoria está com a redação pronta desde maio, mas travou após o surgimento das denúncias do empresário Joesley Batista contra Temer.

Rodrigo Maia, que está exercendo a função de presidente da República durante a ausência de Michel Temer (em viagem à China), disse em evento voltado a empresários na capital paulista que espera levar a reforma da Previdência à votação no mês que vem, mas prevê dificuldades para aprovar a medida . "O problema não é a data, é ter voto para votar. Hoje tem menos votos do que antes”, declarou.

Mais estimou que, atualmente, o governo não é capaz de alcançar mais que 280 votos, quantidade abaixo dos 308 necessários para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), como a que altera as regras para a aposentadoria.

“É questão de trabalhar e mostrar a urgência para os parlamentares”, disse Maia, que garantiu ainda estar atuando "todos os dias" no convencimento dos deputados no tema que, segundo ele, ainda é polêmico. “Aprovada a reforma da Previdência ainda neste ano, o impacto na economia ano que vem vai ser muito forte e vai colaborar com a eleição de 2018”, disse.

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Nova denúncia contra Temer

Ao discorrer sobre uma eventual apresentação de nova denúncia por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer, Maia disse que, caso isso de fato ocorra, a ideia é fazer com que a questão se encerre rapidamente para não prejudicar a agenda de reformas no Congresso Nacional.

Maia disse que respeitará as decisões da PGR, mas que, se não houver embasamento, a denúncia deverá arquivada. “Temos que começar a separar as coisas”, afirmou.

Além de defender a reforma da Previdência, Rodrigo Maia também saiu em defesa nesta manhã da proposta de privatizar empresas públicas. “Não precisamos privatizar para zerar o deficit público”, mas porque, em sua opinião, “nas mãos do setor privado [as empresas] são mais eficientes”, disse.