O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou nesta quinta-feira (31) seu interesse em ser presidente da República – apesar da concorrência interna em seu partido com o senador Aécio Neves (MG) e o prefeito da capital paulista, João Doria.
Questionado durante evento da Natura Cosméticos em São Paulo sobre uma comparação feita pela consultoria Eurasia, que apontou semelhanças entre Geraldo Alckmin e a ex-candidata à presidência dos EUA Hillary Clinton, o governador esboçou um discurso para sua candidatura.
A consultoria de risco político indicou em relatório para as eleições de 2018 que o tucano seria a "Hillary do Brasil", ou seja, uma opção reformista identificada com as elites. Alckmin não gostou do rótulo. "Da elite não. Quero ser o presidente do povo brasileiro. Dos empresários que geram emprego, do trabalhador sacrificado do Brasil", retrucou o tucano.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo , o governador se esquivou de pergunta sobre se ele seria o melhor nome para a Presidência da República. "A modéstia não me permite responder", disse.
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Disputas no PSDB
Para que o agora confirmado interesse de Alckmin em se candidatatar a presidente se concretize, o governador de São Paulo ainda precisa convencer a cúpula do PSDB.
Os principais expoentes e as lideranças regionais do partido ainda se mostram indecisas quanto à melhor opção da legenda para tentar retomar a Presidência, cujo último tucano a ocupar foi Fernando Henrique Cardoso, de 1995 a 2002.
O principal 'rival' de Alckmin é João Doria , empresário que foi eleito ainda no primeiro turno na eleição para prefeito da capital paulista sob apadrinhamento do próprio governador. Devido a essa ligação entre os dois, Doria chegou até a divulgar vídeo em suas redes sociais para reafirmar sua "lealdade" a Alckmin.
Ainda assim, o empresário desponta como alternativa favorita para eventualmente disputar a eleição contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que Doria é taxado como o "anti-Lula" e é visto como um candidato da "não política".
Além do prefeito paulistano, Geraldo Alckmin vê também no senador Aécio Neves, candidato derrotado na última eleição presidencial, um possível rival na disputa interna em curso no PSDB
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