Moro proíbe cônsul honorário da Grécia investigado na Lava Jato de deixar o País

Konstantinos foi denunciado por suposto envolvimento em esquema que facilitava contratação de navios gregos mediante pagamento de propina

Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, proibiu cônsul honorário da Grécia de sair do país
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil - 2.2.16
Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, proibiu cônsul honorário da Grécia de sair do país

O cônsul honorário da Grécia, Konstantinos Georgios Kotronakis, foi proibido de deixar o País pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. O juiz federal determinou que ele entregasse o passaporte e que a Delegacia da Polícia Federal de Fronteiras fosse informada da proibição.

Kotronakis é um dos alvos da Operação Sem Fronteiras, a 43ª Fase da Operação Lava Jato , deflagrada nesta sexta-feira (18) pela Polícia Federal (PF). A operação investiga a participação de empresas estrangeiras e armadores gregos em contratos fraudulentos com a Petrobras.

Na decisão, Moro explica ainda que, em vista do disposto na Convenção de Viena sobre Relações Consulares, cumprido o mandado, a Embaixada da Grécia em Brasília deve ser comunicada, "para ciência da restrição, ainda que limitada, imposta ao cônsul honorário".

Operação Sem Fronteiras

A investigação teve início a partir de relato do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa em seu acordo de colaboração premiada. A Polícia Federal cumpriu mandados judiciais no Rio de Janeiro e em São Paulo, entre eles, 11 mandados de condução coercitiva e seis mandados de prisão temporária.

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Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as apurações concluíram que o então diretor de Abastecimento da estatal ajustou com o cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, um esquema de facilitação de contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

A investigação detectou que os grupos Tsakos e Aegean, dos quais Konstantinos Kotronakis é, respectivamente, diretor e sócio-administrador, além das empresas Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas, com as quais o cônsul grego ostenta vínculos indiretos, formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras, entre os anos de 2009 a 2013, em valores que superam US$ 500 milhões.

De acordo com o MPF, ao menos 2% desses valores eram “destinados ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos”.

A decisão foi expedida no dia 14 de junho, mas estava sob sigilo até a efetivação da prisão e das buscas e apreensões. “Efetivadas as medidas, não sendo mais ele necessário para preservar as investigações, fica levantado o sigilo". Segundo Moro, considerando a natureza e magnitude dos crimes investigados, o interesse público e a previsão constitucional de publicidade dos processos impedem a imposição da continuidade de sigilo sobre os autos.

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Mais cedo, quando procurada para comentar a 43º Fase da Operação lava Jato, a Embaixada da Grécia informou que Konstantinos Kotronakis é cônsul honorário e, como tal, não integra o quadro da chancelaria grega e que não se manifestará sobre o assunto. Às 17h, a  Agência Brasil  não conseguiu fazer contato novamente com a embaixada. 

 * Com informações da Agência Brasil