Aécio Neves era acusado de exercer tráfico de influência em estatal
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 4.7.2017
Aécio Neves era acusado de exercer tráfico de influência em estatal

Relatório elaborado pela Polícia Federal informa que não foram encontradas provas contra o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na investigação que apura a existência de irregularidades na estatal Furnas, empresa que atua no setor elétrico.

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A Polícia Federal investigava um suposto tráfico de influência de Aécio para viabilizar a manutenção de Dimas Toledo em um cargo de direção na estatal, situação que estaria relacionada a pagamentos de propinas.

De acordo com informações publicadas pelo jornal “Folha de S.Paulo”, o relatório da PF foi elaborado pelo delegado Alex Lévi Bersan de Rezende. Ainda segundo a reportagem, o delegado afirmou no documento que não foi “possível atestar que Aécio Neves realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas, recebendo propina oriunda de contratos de Furnas, em virtude da influência que poderia ter exercido sobre" Dimas Toledo, que atuou na empresa entre os anos de 1996 e 2005.

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Com a finalização do relatório, caberá à PGR (Procuradoria-Geral da República) analisar o documento e decidir se concorda com o arquivamento da investigação ou se irá pedir outras diligências. No STF (Supremo Tribunal Federal), o inquérito é relatado pelo ministro Gilmar Mendes.

Acusação

As suspeitas contra o tucano são embasadas nos depoimentos prestados por Delcídio do Amaral no âmbito do acordo de colaboração do ex-senador com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), as informações de Delcídio confirmam versão contada anteriormente pelo doleiro Alberto Youssef e traz detalhes sobre o envolvimento de Dimas Toledo e da irmã de Aécio, Andréa Neves, no esquema.

Aliado de José Dirceu, o lobista Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura também afirmou em depoimento que o ex-ministro decidiu, em 2005, apoiar a manutenção de Dimas Toledo no cargo de diretor de Engenharia de Furnas. A justificativa de Dirceu para essa decisão foi a de que essa fora a "única indicação pessoal" que Aécio fez ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Hourneaux de Moura teria se encontrado com Dimas para transmitir o apoio de Dirceu, no que teria sido informado que "o diretório estadual do PT em São Paulo não precisaria se preocupar, não precisando nem aparecer no Rio de Janeiro, sede de Furnas , pois 1/3 iria para o PT de São Paulo, 1/3 para o PT Nacional e 1/3 para Aécio Neves ", conforme transcrição do depoimento do lobista.

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O senador prestou depoimento à Polícia Federal sobre esse caso no dia 2 de maio.

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