A República de Weimar foi estabelecida na Alemanha em 1919, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial. Era uma democracia parlamentarista de cunho liberal. 

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A descrição do que acontecia na Alemanha na década de vinte  tem muito a ver com o que estamos vivendo no Brasil de hoje, com exceção da enorme inflação que grassava por lá, sendo clássica a história da dona de casa que chegava no mercado com um carrinho cheio de reischsmark para fazer suas compras, sendo que, no final da tarde, o carrinho já tinha de ser maior.

Os Estados Unidos nessa época eram os grandes financiadores da empobrecida Alemanha, e o estouro da Bolsa de Nova York, em 1929, transformou aquele país em campeão da desordem, criminalidade, insegurança urbana, sendo uma temeridade sair à noite, conflitos de rua, e índices crescentes de desemprego, que chegou a cinco milhões de trabalhadores, para uma população de 62,5 milhões. Proporção bem próxima à do Brasil de hoje.

Plenário do Supremo Tribunal Federal durante julgamento sobre restrição do foro privilegiado a políticos
Nelson Jr./SCO/STF - 31.5.17
Plenário do Supremo Tribunal Federal durante julgamento sobre restrição do foro privilegiado a políticos

O restante da história todo mundo sabe, os nazistas foram mais eficientes e cruéis do que os comunistas nos conflitos de rua, intimidando quem fosse contra o partido da suástica, e Hitler assumiu o poder em 1933, confirmado democraticamente pelas urnas, para gerar o mais sangrento conflito mundial da história recente, onde morreram cerca de 60 milhões de pessoas.

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Saltamos de Weimar para as páginas da revista Veja desta semana, onde J.R. Guzzo pergunta em sua coluna: “Pode passar pela cabeça de alguém que exista democracia num país com 60 mil homicídios por ano?… temos todos os ingredientes de uma democracia, com centenas de direitos legais, inclusive ao lazer, à moradia e ao amparo, se formos desamparados. Não falta nada, a não ser democracia”.

Isso não quer dizer que estamos às vésperas do que aconteceu na Alemanha a partir de 1933, quando assumiu um partido radical e sanguinário.

A grande questão é como vamos fazer as mudanças de que o  Brasil necessita com urgência, quando os legisladores só trabalham em causa própria, corrompidos pelo executivo, onde o Supremo funciona muita vez como uma instância enrolada, trêfega, nada isenta.

A palavra democracia é hoje usada em nosso país como escudo para ocultar as tenebrosas transações a que se referia Chico Buarque.

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