O presidente da República, Michel Temer (PMDB), fez um discurso repleto de elogios ao prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), na manhã desta segunda-feira (7), a quem chamou de "alguém que compreende como ninguém os problemas do País".
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"Eu tenho um parceiro, eu tenho um companheiro, alguém que compreende como ninguém os problemas do País. Porque a visão do João [Doria], não é uma visão apenas municipalista, que é fundamental, mas uma visão nacional", declarou Michel Temer .
A declaração do presidente aconteceu em meio ao evento em que o governo federal e a prefeitura de São Paulo firmaram parceria para a criação do Parque Campo de Marte – um parque municipal que será construído em parte da área do aeroporto de mesmo nome, na zona norte da capital.
Para o presidente, a criação do parque – que, segundo ele, será "um quase novo Parque Ibirapuera" – é fruto de um trabalho de cooperação entre governo federal e municipal, que não foi pensado pelos governos anteriores, nos últimos 60 anos em que se debateu o tema.
"Eu tenho orgulho de me, com a devida licença, de me equiparar às atitudes do João Dória, meu velho amigo como vocês puderam perceber, para que nós tomássemos atitudes que estavam paralisadas há muitíssimos anos", afirmou. "Ora bem, você está há sete meses aqui e solucionou um problema que datava de 60 anos", disse o peemedebista ao tucano.
Em seu discurso, Temer aproveitou para pregar mais uma vez pela reconciliação, afirmando que é "inadmissível que brasileiros se joguem contra brasileiros".
"Jamais vi o João dividindo pessoas. Ao contrário, ele sempre agregou, sempre somou, e é o que nós estamos procurando fazer na área nacional. Porque é inadmissível que brasileiros se joguem contra brasileiros. A história do 'nós contra eles', não pode prevalecer. Nós temos que unir o Brasil", exclamou.
Após os elogios, o presidente encerrou o seu discurso em São Paulo pedindo para que o prefeito tucano continue lhe telefonando.
Depois do evento, questionado por jornalistas se ele se sentia confortável em ser chamado de "companheiro" por Temer, Doria afirmou que se sente um "bom brasileiro".
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“Me sinto confortável em ser um bom brasileiro. E é o que eu tenho tentado ser. Bom gestor, bom administrador e, portanto, bom brasileiro", afirmou, evitando qualquer menção a Temer.
Parque Campo de Marte
No terreno, de pouco mais de 400 mil m², será criado um parque e instalado o Museu Aeroespacial Santos Dumont. A instituição terá um acervo composto por peças da Aeronáutica e da companhia aérea Latam, que vai transferir o material de que dispõe em em um espaço semelhante em São Carlos, no interior paulista.
O acordo faz parte de um processo para acabar com a disputa judicial envolvendo a área. Depois de encerradas as pendências na Justiça, a Aeronáutica deverá tomar posse de todo o restante de área, cerca de 170 mil m2, onde atualmente funcionam hangares e um aeroporto.
“Já há vários aeroportos funcionais operando e novos, que serão implantados no entorno da região metropolitana de São Paulo. Já há Jundiaí, Sorocaba e outros dois aeroportos que estão em vias de ser concluídos. Não há nenhum problema para acomodar a chamada aviação geral, nem a aviação de helicópteros. Apenas a Brigada Águia da Polícia Militar vai permanecer onde está”, ressaltou Doria, ao descartar que as mudanças causem problemas ao tráfego aéreo na capital paulista.
O prefeito aproveitou a oportunidade e pediu ao governo federal recursos para os programas de drenagem e de habitação e para programas sociais.
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“Também fizemos uma solicitação ao presidente Michel Temer de um valor de R$ 100 milhões para investimento social, através do ministério comandado pelo ministro Osmar Terra [Desenvolvimento Social e Agrário], com quem temos trocado boas opiniões e ações efetivas na área de assistência às pessoas em situação de rua e que são usuárias de drogas”, explicou.
* Com informações da Agência Brasil.