Temer deve exonerar ministros para que votem contra denúncia na Câmara

Hipótese é defendida por Antônio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo da Presidência; para ele, governo vai continuar buscando quórum

Presidente Michel Temer enfrenta denúncia da PGR e desconforto silencioso com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 20.7.17
Presidente Michel Temer enfrenta denúncia da PGR e desconforto silencioso com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Para o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Antônio Imbassahy, a possibilidade de Michel Temer exonerar temporariamente alguns ministros que possuem mandato na Câmara dos Deputados – para que eles retornem ao Legislativo e votem pela rejeição da denúncia contra Temer – é "concreta".

Leia também: Oito em cada dez brasileiros apoiam admissão da denúncia contra Temer, diz Ibope

“O presidente [ Michel Temer ] tem essa possibilidade concreta em mente, e é muito provável que ele faça com que os ministros que têm mandato junto à Câmara dos Deputados possam estar presentes durante a votação. O governo vai continuar buscando quórum e aguardando que isso traga um resultado muito bom”, opinou o ministro.

A declaração de Imbassahy foi dada nesta segunda-feira (31), durante cerimônia de assinatura do contrato de financiamento da segunda etapa das obras do BRT (Bus Rapid Transit) em Salvador, que terá início a partir de 2018. Além de Imbassahy, estiveram presentes o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

Para Imbassahy, a denúncia contra Temer, que será votada na Câmara em uma sessão marcada para a próxima quarta-feira (2), foi rejeitada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, por ser considerada “frágil e vazia”. Segundo ele, o Brasil tem outras prioridades e demandas.

Leia também: ‘Deputado das confetes’, Wladimir Costa tatua nome de Michel Temer no ombro

“Resta às oposições, se tiverem quórum, que aparentemente não têm, modificar essa posição da CCJ. Então a nossa posição é de muita tranquilidade e muita serenidade. O que interessa aos brasileiros é a estabilidade na política, a reconstrução da economia, a recuperação dos empregos e a renda das famílias brasileiras. Esse é o nosso foco ao lado do sistema tributário, trabalhista e tantos outros que alcançamos no Congresso Nacional”, conclui.

PSDB

Assim como Imbassahy, o ministro Bruno Araújo , também do PSDB, disse acreditar que o partido permanecerá na base para somar votos contrários à admissibilidade da denúncia na Câmara.

“Acredito que há uma mobilização forte nesse sentido e, obviamente, essa decisão será tomada pelo partido no momento apropriado, mas acredito que há uma compreensão de que o país precisa fazer uma transição para a próxima eleição presidencial com estabilidade e serenidade. É o que uma parte do partido, que defende isso, almeja”, disse o tucano.

No entanto, o ministro Imbassahy considera o PSDB “ainda um pouco dividido”, cenário que será revelado, segundo ele, “no próximo dia dois”, data da votação da denuncia contra Michel Temer na Câmara.

Leia também: Fim do recesso parlamentar dá início a semana decisiva para governo Temer

* Com informações da Agência Brasil.