A ex-presidente Dilma Rousseff presta depoimento nesta sexta-feira (28), em Porto Alegre, como testemunha de defesa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em ação penal da Operação Lava Jato . O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga suposto repasse de propina obtida no esquema do petrolão para a campanha da senadora ao Senado em 2010.
Além de Dilma, também deve ser interrogado na tarde de hoje o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, depoimento marcado para às 17h na Justiça Federal da Bahia, em Salvador. Gabrielli também falará como testemunha de defesa de Gleisi Hoffmann .
A senadora e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de terem articulado o recebimento de doação ilegal de R$ 1 milhão para a campanha da petista em 2010. O casal responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal, que também tem como réu o empresário Ernesto Rodrigues.
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A denúncia da PGR se baseia nos depoimentos prestados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Yousseff – ambos delatores da Lava Jato.
Em parecer encaminhado em fevereiro deste ano ao STF , o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assegurou que os depoimentos descreveram "suficientemente as condutas de cada um dos acusados, com fundamento em dados empíricos da investigação”.
A acusação narra que os valores foram repassados à campanha eleitoral com a finalidade de manter o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no cargo. Para o MPF, Paulo Bernardo solicitou a quantia a Paulo Roberto Costa e o empresário Ernesto Rodrigues se encarregou de receber a propina. A operacionalização do pagamento teria sido feita por intermédio do doleiro Alberto Youssef mediante lavagem de dinheiro em empresas de fachada.
Prisão do marido de Gleisi
Paulo Bernardo foi preso em junho do ano passado por supostamente ter sido o "mentor" de esquema que movimentou cerca de R$ 100 milhões por meio da contratação de uma empresa de informática.
Segundo as investigações, o Ministério do Planejamento teria direcionado a contratação da empresa de softwares Consist durante a gestão de Paulo Bernardo na pasta, em 2010.
Cabia à Consist gerenciar o dinheiro emprestado por milhões de servidores públicos e, com esse poder, a empresa teria simulado contratos de serviços após o desencadeamento da Operação Pixuleco II, em agosto de 2015. O plano seria tentar conferir uma aparência de legalidade a transferências de valores sob suspeita.
As defesas de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo rechaçam as acusações.
*Com informações da Agência Brasil